André Condes, diretor escolar e doutor em Educação, investiga como a imprensa paulista e carioca orientou a população durante a pandemia de 1918; obra é baseada em sua tese de doutorado na PUC-SP
A pandemia de
Covid-19 trouxe à tona questões que pareciam esquecidas, mas que já haviam sido
vividas um século antes. É o que revela o livro "Quer um conselho? O que fazer para a espanhola não te pegar –
Notícias da pandemia de 1918" (Editora Ponta de Lança,
2025), do educador e pesquisador André Condes. Baseado em sua tese de doutorado pela PUC-SP, a obra
analisa como jornais e revistas do Rio de Janeiro e de São Paulo atuaram como
instrumentos de educação sanitária durante a gripe espanhola, traçando
paralelos com os desafios recentes.
"Quer
um conselho?" será lançado no dia 2 de agosto, às 18h, na Livraria Ponta
de Lança (Rua Aureliano Coutinho, 26), em São Paulo.
"Como Lilia
Schwarcz sempre reforça: 'é preciso lembrar de não esquecer'", destaca
Condes. O livro surgiu de uma pesquisa iniciada em 2019, antes mesmo da
Covid-19, mas ganhou novos significados ao ser escrito durante outra crise
sanitária. "Ao nos depararmos com o coronavírus, olhamos para o passado e
vemos que, 102 anos antes, outra pandemia já havia acontecido. Compreender o
que ocorreu nos ajuda a refletir sobre o presente", afirma o autor. A
adaptação da tese para linguagem acessível ao grande público levou cinco meses,
preservando o rigor acadêmico sem perder a clareza.
A obra investiga
como a imprensa da época orientou a população diante de uma doença
desconhecida, destacando o papel dos periódicos na construção de narrativas
sobre prevenção e cuidado. "As pandemias seguem um script parecido, mas
cada sociedade reage de acordo com seu contexto", explica Condes. O livro
também aborda o impacto nas escolas e universidades das duas cidades, mostrando
como a educação foi afetada – e como respondeu – à crise.
Para o autor, a principal mensagem do livro é a importância de olhar para a história como ferramenta crítica. "Não se trata de nostalgia, mas de evitar a repetição de erros", diz.

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