Após a Revolução Industrial e a Revolução Tecnológica, o FILE 2025 convida o público a refletir sobre um novo marco na história da criação: a era da criatividade artificial. Com a exposição SYNTHETIKA: A Era da Criatividade Artificial, o Festival ocupa o Centro Cultural Fiesp de 16 de julho a 7 de setembro, propondo um mergulho sensorial no atual estágio da inteligência artificial como ferramenta criativa — um tempo em que máquinas não apenas respondem a comandos, mas também criam sons, imagens, narrativas e experiências sensoriais.
A abertura
desta edição acontece na terça-feira, dia 15 de julho, às 19h,
com a performance audiovisual inédita e gratuita “Lost
Communications 失絡之聲 (Eurasian Wren 鷦鷯)”, no foyer do Centro
Cultural Fiesp. O espetáculo será apresentado pela compositora
e artista multidisciplinar An-Ting 安婷 (Taiwan/Reino Unido) e pelo físico, engenheiro de som e
músico Ian Gallagher (Reino Unido).
Com formação
erudita e atuação em piano, música eletrônica e artes híbridas, An-Ting
explora as conexões entre natureza, espiritualidade e humanidade por meio de
composições experimentais. Já Ian Gallagher, com experiência em
física teórica e sistemas complexos, atua na cena musical britânica combinando
algoritmos e tecnologias sensoriais em performances audiovisuais. Em Lost
Communications, a dupla propõe uma imersão sensorial entre luz e
escuridão, com gravações de pássaros, paisagens sonoras intensas e visuais gerados
por inteligência artificial em tempo real. A performance tem apoio do British
Council e da organização Cryptic Glasgow, referência em arte
audiovisual no Reino Unido.
A
Exposição
Com curadoria de Ricardo
Barreto, Paula Perissinotto e Clarissa Vidotto, a exposição
apresenta 93 obras de artistas e pesquisadores de 30 países —
incluindo 16 brasileiros — reunindo instalações, vídeos,
esculturas digitais, animações, ambientes interativos e experiências imersivas.
O tema central é o
fenômeno conhecido como “alucinação da IA” — situações em
que sistemas de inteligência artificial geram respostas imprecisas, inesperadas
ou até absurdas. "Em vez de prever o futuro, o FILE propõe ‘sentir
o futuro agora’, explorando o limiar entre erro e criação, onde inteligências
naturais e artificiais se entrelaçam em uma interatividade irreversível”,
explica Paula Perissinotto, curadora do FILE 2025. A exposição convida cada
visitante a abandonar as certezas, a questionar a autoria, a repensar a
criatividade, a dançar com as máquinas, a observar os algoritmos como espelhos
e os dados como poesia sintética.
Lançar essa
provocação em uma cidade como São Paulo, em plena Avenida Paulista, é também um
gesto social. Realizado em parceria com o SESI-SP, desde 2004, o FILE
não apenas abre espaço para a experimentação radical, como democratiza
o acesso à arte tecnológica. Com entrada gratuita e
funcionamento de terça a domingo, o Festival acolhe o público geral, os
curiosos, os estudiosos e os criativos.
Destaques Internacionais
· Scott Allen
(Japão): Unreal Pareidolia – sombras de objetos são interpretadas
pela IA, criando uma pareidolia digital.
· Weidi Zhang
& Rodger Luo (China): ReCollection – visitantes compartilham
uma memória e a IA gera imagens correspondentes em tempo real.
· Mario
Klingemann (Alemanha): três videoclipes criados com redes
neurais – Freeda Beast, The Noise of Arte Liberation.
· Daito
Manabe & Kyle McDonald: Transformirror – espelho sintético que
transforma música e imagem de acordo com os movimentos do público.
· Memo Akten
(Turquia): Boundaries – combinação de pintura digital, dança e IA para
explorar a dissolução entre corpo e tecnologia.
· Frederik De
Wilde (Bélgica): Hunter and Dog – esculturas recriadas
por algoritmos inspirados em edição genética.
Presença Brasileira: natureza e crítica digital
A natureza surge como tema central, reinterpretada por meio
de linguagens sintéticas:
· Arthur
Boeira & Gustavo Milward: Aquarela de Íons –
dados solares transformados em som, luz e imagem.
· Craca:
OUVIR
– pássaros sintéticos reagem com melodias à voz do público.
· Vitória Cribb:
filme //:Are you observing or being observed?, sobre corpos
digitais, vigilância e controle de dados.
FILE LED Show – Arte na Avenida Paulista
A fachada do Centro Cultural Fiesp exibirá obras digitais de
artistas do Brasil, Chile, Egito, França, Irã, Argentina, Itália, EUA e Colômbia,
além de criações colaborativas entre alunos da USP e do IED São
Paulo. A cidade também será palco da experiência.
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