NR1 criou uma exigência para combater afastamentos por transtornos mentais
A saúde mental no ambiente corporativo deixou de ser um tema de
"diferencial" para se tornar uma exigência legal e estratégica. A
Norma Regulamentadora nº 1 (NR1), em sua atualização mais recente (28/08/2024),
impõe explicitamente às empresas a identificação, prevenção e controle de
riscos psicossociais como ansiedade, estresse e burnout. Essa mudança coloca o
Brasil em sintonia com uma tendência global e força as organizações a irem além
do discurso, buscando soluções concretas e eficazes.
O cenário atual é preocupante e reforça a urgência do tema. Em
2024, o Brasil registrou um recorde de 472.328 afastamentos do
trabalho por transtornos mentais, um aumento de 68% em relação ao ano anterior,
segundo dados do Ministério da Previdência Social. A ansiedade, em particular,
afeta 26,8% da população brasileira, representando 56 milhões de
pessoas, conforme a pesquisa Covitel/2024, do Ministério da Saúde.
A crise de saúde mental no Brasil é alarmante, com condições de
trabalho precárias, pressão excessiva e assédio como causas importantes, algo
que especialistas como Flávio Lettieri, consultor empresarial com mais
de 30 anos de experiência, acompanham de perto. Globalmente, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) estima que transtornos como ansiedade e depressão causem
uma perda de produtividade equivalente a 1 trilhão de dólares por ano.
Gerenciamento de Risco
Com o aumento preocupante dos afastamentos por transtornos mentais
e seus impactos diretos na produtividade e no clima organizacional, a NR1
obriga as empresas a incluírem formalmente esses riscos em seus Programas de
Gerenciamento de Riscos (PGR). Identificar fatores como carga excessiva de
trabalho, pressão por resultados e falta de suporte é apenas o primeiro passo.
“O grande desafio, enfrentado por muitos gestores de RH e líderes, reside em
transformar essas exigências em ações práticas e em demonstrar resultados concretos
por meio de monitoramento contínuo”, analisa Lettieri.
Segundo ele, a NR1 exige ir além do discurso e da documentação de
processos e pode representar um custo elevado para pequenas e médias empresas
que não se organizarem neste semestre, antes da fiscalização começar. “Será
necessário promover mudanças reais na cultura e no comportamento diário. E
apoio de um olhar de fora, especialmente em temas sensíveis como segurança
psicológica e gestão emocional, traz objetividade, credibilidade e um repertório
prático fundamental para gerar resultados sustentáveis sem a necessidade de
programas pesados e burocráticos”, sugere Lettieri.
Repertório prático
Consultor empresarial e mentor em desenvolvimento de lideranças há
mais de 30 anos, Flávio Lettieri combinou sua vasta experiência profissional
com uma marcante vivência pessoal – uma severa crise de ansiedade em 2023 que o
levou à internação. Essa jornada de superação, sistematizada em seu livro "Ansiedade:
Aprenda a conviver com ela e equilibrar bem-estar e produtividade",
o tornou um especialista singular, capaz de unir o conhecimento em gestão à
autenticidade de quem sentiu na pele os desafios do estresse e da ansiedade no
mundo corporativo.
Flávio Lettieri atua hoje em empresas de médio e grande porte, com
foco em dois pilares para a conformidade com a NR1 e a construção de ambientes
psicologicamente seguros: o fortalecimento da liderança e a mobilização de toda
a organização para o autocuidado. Por meio de workshops imersivos de 4 horas
("Liderança – Da pressão ao propósito"), ele capacita líderes a
reconhecerem e gerirem sinais de estresse em si e nas equipes, fortalecendo a
inteligência emocional e práticas de gestão que previnem riscos psicossociais.
Paralelamente, palestras abertas para todos os colaboradores ("Bem-estar e
produtividade podem andar juntos") oferecem ferramentas práticas de manejo
da ansiedade e do estresse, democratizando o tema e incentivando o autocuidado
individual e coletivo.
Essas soluções práticas, de alto impacto e fácil implementação,
permitem que as empresas deem um passo estratégico e acessível na construção de
uma cultura de cuidado com a saúde mental. Elas vão além do discurso, gerando
resultados tangíveis e ajudando a engajar a organização para reduzir riscos
jurídicos e reputacionais, fortalecer a marca empregadora e garantir a
competitividade em um mercado que valoriza cada vez mais o bem-estar das
pessoas.

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