As autoridades estão investigando as redes sociais dos candidatos, alerta o especialista, que tem 13 anos de atuação nos Estados Unidos e é fundador do escritório de imigração Alexandre Law Firm and Associates (Alfa)
Em 2019, sob a presidência de Donald Trump, o
Departamento de Estado americano passou a exigir que as cerca de 10 milhões de pessoas que solicitam vistos de imigração todos os anos informem seus
contatos em mídias sociais. Era um aviso de que as publicações dos candidatos
seriam avaliadas e poderiam impactar o processo.
Em 2025, o cenário é muito mais complexo: no
segundo mandato de Trump, o governo está utilizando Inteligência Artificial
(IA) para monitorar com maior eficiência os posts das pessoas que pretendem
visitar os Estados Unidos, ou mesmo morar, estudar ou trabalhar.
Em abril de 2025, em sua última atualização a
respeito do uso da tecnologia, o Departamento de Segurança Interna (DHS, na
sigla em inglês) informou que está se valendo de uma ferramenta com
tecnologia de IA, chamada Babel X, para “compilar informações de mídia social e
de código aberto sobre viajantes que podem estar sujeitos a triagem adicional”.
No mesmo mês, o órgão comunicou que está
mapeando ativamente as redes sociais de estrangeiros em busca de postagens
antissemitas – o que abrange as mensagens de conteúdo a favor da Palestina.
“Não há espaço nos Estados Unidos para os
simpatizantes terroristas do resto do mundo, e não temos obrigação de
admiti-los ou deixá-los ficar aqui”, disse, na época, a Secretária Assistente
de Assuntos Públicos do DHS, Tricia McLaughlin. “É melhor que qualquer um que
pense que pode vir para os Estados Unidos e se esconder atrás da Primeira Emenda
para defender a violência antissemita e o terrorismo: – pense novamente. Você
não é bem-vindo aqui.”
Cuidados nas redes sociais
Para Felipe Alexandre, advogado brasileiro
especializado em imigração, com 13 anos de atuação nos Estados Unidos e
fundador do escritório de imigração Alexandre Law Firm and Associates (Alfa), o
sonho americano continua vivo para os brasileiros que desejam solicitar vistos
de imigração. Mas é importante tomar alguns cuidados.
“Eu não gostaria de repassar essas recomendações,
porque acredito firmemente na liberdade de expressão. Mas é preciso dizer que
as pessoas que emitirem opiniões a favor da Palestina, ou de causas de grupos e
países com as quais a atual gestão do governo americano não concorda, vão
reduzir suas chances de sucesso na solicitação por vistos”, diz ele.
Fechar as redes sociais não é uma opção, explica o
especialista. “Não dar acesso aos posts publicados também gera uma avaliação
negativa. O importante é manter as redes abertas, mas, infelizmente, evitar
postar ou compartilhar mensagens de tons políticos”.
Publicar a respeito da própria rotina, por outro
lado, ajuda, quando as informações são coerentes com os dados fornecidos para
os órgãos de imigração. Quem busca se posicionar como um profissional altamente
qualificado, por exemplo, pode investir em mais mensagens a respeito de seu
trabalho.
“Já quem quer alcançar o visto de visitante pode
postar fotos de viagens para outros países. É uma forma de deixar clara a
intenção de visitar novos locais, e não de tentar permanecer nos Estados Unidos
depois do prazo, sem a documentação necessária”, orienta o advogado.
Felipe Alexandre lembra que, apesar do cenário
difícil, muitos brasileiros seguem conseguindo vistos para os Estados Unidos.
“As pessoas podem contar com nossa expertise e a dedicação da ALFA para
alcançarem seus objetivos”.
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