Dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo
Cruz orienta como realizar procedimento com segurança
O peeling é um procedimento estético que promove a renovação
celular por meio da descamação controlada da pele, estimulando sua regeneração.
Ele pode ser químico, atuando de forma mais profunda, ou físico, que atua de
forma superficial na camada mais externa da pele.
Os peelings químicos estão cada vez mais populares e eficazes no
tratamento de acnes, manchas, rugas, linhas de expressão e cicatrizes. No
entanto, para alcançar os resultados esperados, é necessário que sejam
realizados com acompanhamento médico especializado e seguindo todos as
recomendações do profissional.
Para a Dra. Larissa Montanheiro, dermatologista do Hospital Alemão
Oswaldo Cruz, o paciente tem que entender se sua pele está apta para o
tratamento, algo que só pode ser avaliado por um médico. “Dependendo do tipo do
procedimento e de sua profundidade, ele não pode ser aplicado por qualquer
profissional da saúde. Alguns tipos são de uso restritos a médicos”, explica.
Tipos de peeling químicos
Os peelings químicos, cada vez mais populares, também geram
dúvidas, especialmente diante do aumento de relatos na mídia e nas redes
sociais sobre pacientes que tiveram efeitos adversos. Os procedimentos mais
invasivos só podem ser realizados por médicos, enquanto os superficiais podem
ser feitos por esteticistas, por exemplo. No entanto, é recomendado buscar um
dermatologista, que pode indicar o melhor tipo de peeling para cada caso.
“Cada peeling deve ser indicado e realizado por um profissional
especializado, considerando o tipo de pele, histórico do paciente e a época do
ano para evitar complicações”, orienta a especialista.
Os peelings químicos são divididos em três categorias:
superficial, médio e profundo. Cada um tem finalidades específicas e com
utilização substâncias que variam em intensidade.
O superficial remove apenas a epiderme, camada mais externa da
pele. Feito com ácidos como glicólico, salicílico, mandélico e retinóico em
baixas concentrações, é indicado para a melhora da textura da pele, tratar
acnes leves, controlar a oleosidade e suavizar manchas e finas linhas de
expressão facial.
O médio atinge a epiderme e a derme superficial, camada
intermediária da pele. É realizado com ácido tricloroacético (TCA) em
concentrações moderadas, ácido retinóico em concentrações mais altas e peelings
combinados, como o peeling de Jessner. É indicado para rugas mais evidentes,
manchas mais profundas, cicatrizes de acnes superficiais e danos solares
moderados.
Já o peeling profundo atinge a derme média e profunda, promovendo
a renovação intensa da pele. Utiliza ácidos como Fenol e TCA em concentrações
altas e é indicado para tratar rugas profundas, cicatrizes mais evidentes,
danos solares graves e flacidez facial.
Riscos e cuidados após os procedimentos
Mesmo com os diversos benefícios, os peelings podem apresentar
risos consideráveis. Alterações na pigmentação da pele, como o escurecimento,
hiperpigmentação, ou clareamento, hipopigmentação, são comuns, especialmente em
pacientes negros. Além disso, há riscos de vermelhidão prolongada na região,
infecções bacterianas ou virais, como herpes, e até formação de cicatriz
elevada, avermelhada e espessa.
Os peelings químicos profundos, como os que usam ácido tricloroacético
(TCA) em altas concentrações e óleo de Cróton, presente no peeling de Fenol
modificado, apresentam riscos ainda maiores, uma vez que podem ser absorvidos
pelo organismo e causar toxidade sistêmica, afetando órgãos como coração, rins
e fígado.
Para evitar complicações, a Dra. Larissa reforça a importância de
realizar o procedimento apenas com profissionais qualificados. "Uma
avaliação prévia é essencial para indicar o peeling mais adequado para cada
paciente. Além disso, algumas pessoas precisam preparar a pele antes do
procedimento para minimizar os riscos de manchas e irritações", destaca.
A recuperação adequada também é essencial para evitar danos
permanentes. A exposição solar sem proteção após um peeling profundo é um dos
principais erros, pois a pele fica extremamente sensível, e a exposição solar
pode causar queimaduras e manchas irreversíveis.
Para garantir a cicatrização segura, recomenda-se evitar a
exposição ao sol por pelo menos três meses, usar diariamente protetor solar com
FPS igual ou superior a 50 aplicar cremes cicatrizantes indicados pelo
dermatologista e não remover crostas que se formam na pele.
Impacto das redes sociais na busca por peelings
A popularidade de influenciadores digitais tem impulsionado a
procura por procedimentos estéticos, mas também gerado expectativas irreais.
Muitas pessoas procuram realizar esses procedimentos baseando-se em fotos e
vídeos de antes e depois de influenciadores, esperando obter os mesmos
resultados, no entanto, sem considerar as particularidades de sua própria pele.
A especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz reforça que, o uso
de filtros e edições pode iludir o público sobre os verdadeiros efeitos dos
procedimentos, já que não existe milagre em uma única sessão. O resultado de
qualquer tratamento depende de vários fatores, como o tipo de pele, cuidados
pós-procedimento e a resposta do organismo de cada paciente.
"Antes de realizar qualquer procedimento, é fundamental consultar um dermatologista para avaliar se a pele está apta e qual a melhor abordagem para cada caso. A segurança e a eficácia do peeling dependem de um planejamento individualizado e do acompanhamento profissional adequado", reforça a Dra. Larissa Montanheiro.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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