Novo equipamento que usa ondas cerebrais para monitorar movimento ocular de pacientes em coma ajuda a identificar interação e nível de consciência
Novidade
desenvolvida por hospital israelense ajudou na recuperação de soldado ferido
gravemente
Uma tecnologia
inovadora desenvolvida pelo Rambam Health Care Campus, localizado em Haifa, ao
norte de Israel, tem transformado a maneira como as equipes médicas se
comunicam com pacientes com traumas cranianos, em estado de coma. Chamado de
EyeCon, o sistema de alta tecnologia monitora e identifica movimentos oculares,
o que ajuda na percepção de interações e mudanças no nível de consciência do
enfermo.
Recentemente, um
soldado que sofreu graves lesões na cabeça durante combate no Líbano e que
permaneceu inconsciente por um mês começou a interagir graças ao equipamento.
Houve grande avanço em seu quadro, até que ele recuperasse a consciência e
chegasse a pedir água, marcando um passo crucial em sua evolução.
“O sistema EyeCon
utiliza ondas cerebrais para monitorar os movimentos dos músculos oculares, o
que permite que os pacientes comuniquem suas necessidades, ação que facilita
sua recuperação”, explica o Dr. Goded Shahaf, pesquisador do Laboratório de
Neurofisiologia Aplicada do Rambam e um dos criadores do sistema, em
colaboração com a Dra. Dana Baron Shahaf, diretora da Unidade de Anestesia
Neurocirúrgica do hospital israelense.
A ferramenta
projetada para melhorar a comunicação com pacientes usa a tecnologia de
eletroencefalogramas (EEGs) para avaliação da função cerebral. “O EyeCon é um
dispositivo simplificado e fácil de usar que mede a atividade elétrica do
cérebro, permitindo que os cuidadores se comuniquem potencialmente com
pacientes que podem ter sido considerados não responsivos”, explica Shahaf.
De acordo com o
especialista do Rambam, muitos pacientes com lesão cerebral que não respondem a
comandos podem executar tarefas cognitivas que são detectadas nessas imagens,
com essas medições das atividades elétricas.
Nos últimos dois
anos, os médicos do hospital israelense têm se concentrado em trabalhar com
casos agudos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “O processo de reabilitação
consiste em dois estágios. Inicialmente, trabalhamos para estabelecer uma
resposta fundamental, como piscar ou evitar piscar. O segundo estágio envolve
avaliar a preservação cognitiva do paciente. Mesmo aqueles com deficiências
cognitivas significativas podem aprender a piscar ou ativar música, pois é uma
habilidade relativamente simples de adquirir”, comenta Shahaf.
“A leitura desses
exames nos fez constatar que pelo menos 25% dos pacientes estavam conscientes,
o que nos tem feito mudar a abordagem para pacientes que se encontram nesse
estado, como aconteceu com o soldado internado com graves lesões na cabeça”,
destaca Shahaf. “Diante dos resultados obtidos, estamos compreendendo que, mais
que um dispositivo, a ferramenta inovadora se apresenta como um meio de conexão
que assegura aos pacientes e suas famílias que seus entes queridos ainda estão
presentes e valorizados”, finaliza.
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