Segundo o INCA, estima-se que mais de 220 mil novos casos são diagnosticados por ano
O câncer de pele é
o tipo mais comum de câncer no Brasil e no mundo, correspondendo a cerca de 30%
de todos os tumores malignos registrados no país, segundo o Instituto Nacional
de Câncer (INCA).
Dados do órgão
apontam que, anualmente, mais de 220 mil novos casos são diagnosticados, sendo
que o melanoma, apesar de menos frequente, é responsável por 75% das mortes
relacionadas à doença. A exposição solar desprotegida continua sendo o maior
vilão, mas avanços no diagnóstico precoce e tratamentos inovadores vêm mudando
o panorama dessa condição que pode ser evitada e tratada com sucesso na maioria
dos casos.
A exposição solar
sem proteção é o principal fator de risco para o desenvolvimento de cânceres de
pele, como os carcinomas basocelular, espinocelular e o melanoma. Os raios UVA
e UVB provocam danos ao DNA das células, favorecendo o surgimento de diferentes
tumores.
O melanoma, embora menos comum, é o mais agressivo entre os cânceres de
pele. Ele frequentemente aparece como pintas escurecidas com bordas
irregulares, crescimento rápido e, em alguns casos, sangramentos. Já os carcinomas espinocelulares
se manifestam em áreas de queimaduras e apresentam lesões avermelhadas e
descamativas. Por outro lado, os carcinomas
basocelulares são mais comuns e surgem como nodulações em áreas
expostas ao sol, como nariz, orelhas, testa e lábios.
“É essencial estar
atento a qualquer alteração na pele, como pintas que mudam de cor, aumentam de
tamanho ou apresentam sangramento. O diagnóstico precoce pode salvar vidas,
especialmente no caso do melanoma, que tem alta taxa de mortalidade se não
tratado a tempo”, explica o Dr. Thiago Assunção, oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC).
Avanços no tratamento
Nos estágios
iniciais do câncer de pele, o tratamento cirúrgico é prioritário. No entanto,
avanços significativos têm sido alcançados nos últimos anos, especialmente no
uso de imunoterapia para o melanoma. “A imunoterapia tem mostrado resultados
surpreendentes, inclusive em casos iniciais, oferecendo novas perspectivas de
cura e qualidade de vida para os pacientes”, destaca o Dr. Thiago.
Além disso,
terapias como radioterapia e medicamentos-alvo, como o vismodegibe, têm sido
eficazes em situações específicas, ampliando as possibilidades de tratamento
para pacientes com diferentes tipos de câncer de pele.
A Importância da prevenção
De acordo com o
especialista, o uso de proteção solar é a medida mais eficaz para prevenir o
câncer de pele. “O uso regular de filtros solares, roupas com proteção UV e a
redução da exposição solar, especialmente nos horários de pico, são ações
indispensáveis para evitar os danos causados pelos raios ultravioleta”, orienta
Dr. Thiago.
Pessoas com
histórico familiar de câncer de pele, particularmente aquelas com mutações
genéticas como no gene BRCA, possuem risco elevado e precisam de acompanhamento
dermatológico mais frequente. O mapeamento digital de pintas também pode ser um
recurso valioso para indivíduos com múltiplos sinais na pele ou fatores de
risco adicionais.
“Combinando
prevenção, diagnóstico precoce e os avanços nos tratamentos, podemos reduzir
significativamente os impactos do câncer de pele na população. A
conscientização é a nossa melhor aliada nessa luta”, concluiu o oncologista.
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