Médica do Hospital
Paulista explica quais são as razões desse distúrbio e como é feito o
diagnóstico e o tratamento
O zumbido no ouvido, também conhecido como tinnitus
ou acúfenos, é uma condição que afeta aproximadamente 14% da população mundial
adulta, o que corresponde a cerca de 740 milhões de pessoas, segundo
levantamento publicado pela revista científica JAMA Neurology em
2022. No Brasil, estima-se que 28 milhões de pessoas vivenciem esse sintoma, de
acordo com dados da Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde. Esse distúrbio
auditivo, que muitas vezes é considerado um incômodo constante, pode ter causas
variadas e, em alguns casos, indicar doenças mais graves.
De acordo com a Dra. Bruna Assis,
otorrinolaringologista do Hospital Paulista – referência em saúde de ouvido,
nariz e garganta –, o zumbido não é uma doença em si, mas sim um sintoma.
"O zumbido pode ser provocado por uma série de condições, tanto auditivas
quanto neurológicas. Por isso, sempre que um paciente apresentar esse sintoma,
é essencial buscar orientação médica", alerta a especialista.
A médica explica que esse distúrbio pode ter
diversas origens. Em muitos casos, ele está relacionado à perda auditiva, que
ocorre quando as células sensoriais do ouvido interno se deterioram com o
tempo, geralmente devido à exposição prolongada a ruídos intensos.
No entanto, outras condições também podem causar o
sintoma, como problemas nos ossículos da audição, a doença de Ménière,
alterações na articulação têmporo-mandibular, distúrbios metabólicos e até
quadros de depressão ou problemas cardiovasculares.
Diagnóstico
A avaliação médica para identificar a causa do zumbido
é fundamental. O diagnóstico envolve a análise do tipo de som ouvido pelo
paciente, o momento em que o zumbido ocorre e sua duração, além de possíveis
sintomas associados, como tontura, desequilíbrio ou palpitações.
Dra. Bruna explica que a acufenometria, exame realizado com o auxílio de um
audiômetro, pode ser um aliado importante nesse tipo de diagnóstico. "Esse
exame ajuda a mapear a frequência do som do zumbido e permite ao médico obter
informações importantes sobre a origem do problema", detalha a
otorrinolaringologista.
Além da avaliação auditiva, o exame físico completo
também inclui a análise dos ouvidos, da mandíbula e dos vasos sanguíneos da
região. Em casos mais complexos, exames de imagem, como tomografia
computadorizada ou ressonância magnética, podem ser necessários para detectar
alterações no cérebro ou nas estruturas auditivas.
Tratamento
Com relação ao tratamento, a especialista destaca
que o sucesso depende do diagnóstico correto. "Em muitos casos, o
tratamento pode ser simples, como a remoção de cera ou o uso de antibióticos
para tratar uma infecção no ouvido. No entanto, em situações mais graves, pode
ser necessário um conjunto de terapias para aliviar os sintomas e melhorar a
qualidade de vida do paciente", explica.
No entanto, em situações em que o zumbido é
persistente e debilitante, o tratamento pode exigir uma abordagem
multidisciplinar, que pode envolver desde o uso de aparelhos auditivos até
terapias de reabilitação sonora e até intervenções psicológicas.
"É importante que as pessoas estejam conscientes
da gravidade do zumbido e busquem ajuda médica para entender a causa do sintoma
e iniciar o tratamento adequado. Quanto mais cedo a investigação começar,
maiores são as chances de encontrar a solução certa", finaliza a Dra.
Bruna.
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