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terça-feira, 26 de novembro de 2024

 

 

Maioria das empresas brasileiras prefere profissionais com menos de 40 anos, revela pesquisa da PwC e FGV EAESP

Estudo revela, ainda, que há muitos estereótipos relacionados a questões geracionais e produtividade no mercado de trabalho


 

Apesar do envelhecimento da população, no Brasil, 72% dos gestores de grandes empresas afirmam que preferem contratar pessoas com menos de 40 anos. Além disso, a maioria dessas instituições (86%) não possuem planos de carreira para profissionais acima dos 40. Os dados são da pesquisa “Mitos e realidades da diversidade geracional nas empresas”, elaborada pela PwC Brasil e pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP).
 

Para Leandro Camilo, sócio e líder de Inclusão e Diversidade da PwC Brasil, as práticas de gestão de pessoas precisam evoluir. “Um ambiente favorável à inclusão dos profissionais de diferentes gerações que se encontram ou que deverão entrar no mercado de trabalho nos próximos anos só será possível com a revisão das práticas de gestão de pessoas com foco no planejamento da força de trabalho, nas estratégias de seleção e retenção de profissionais, nas ações de saúde e qualidade de vida e nas políticas de desenvolvimento, carreira e gestão do conhecimento”, afirma.
 

O estudo revela, ainda, que dois terços dos entrevistados (65%) afirmam que suas organizações não têm iniciativas e programas voltados para a diversidade geracional. De acordo com a coordenadora da pesquisa e professora de Recursos Humanos da FGV EAESP, Maria José Tonelli, o fato das empresas utilizarem como critério de contratação a idade dos candidatos às vagas é um etarismo, fenômeno comum na maioria dos países.

 

“Além da escassez de ações que preparem as empresas para um mercado de trabalho com maior participação de pessoas mais velhas, as empresas já estão em falta, hoje, com seus próprios colaboradores 40+, não há programas de remuneração e benefícios customizados a cada geração, bem como de iniciativas de formação e aprendizagem direcionadas.”
 

Entretanto, a pesquisa revela também que há muitos estereótipos no mercado de trabalho brasileiro que envolvem diversas gerações. Um deles, bastante comum, é o de que as pessoas mais jovens valorizam mais o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho. Os gestores entrevistados, de fato, relatam (e até reclamam) que os mais jovens são menos tolerantes a certos sacrifícios pelo trabalho em nome de sua vida pessoal. Contudo, a Geração Z (nascidos entre 1995 a 2012) coloca o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal em 8º lugar numa escala que vai de 1 (mais importante) a 10 (menos importante). Os Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964), por sua vez, o situam em 3º lugar.
 

Outro mito constatado pelo estudo é que a Geração Z não se compromete com o trabalho e a empresa. Mais da metade (56%) dos respondentes afirmaram que esses jovens teriam um nível de comprometimento abaixo do esperado ou pouco ou nenhum comprometimento. Porém, a autopercepção da Geração Z é bem mais positiva. Para 60%, sua dedicação atende às expectativas da empresa.

 

Metodologia
 

A pesquisa contou com a participação de profissionais de 117 empresas, em duas etapas distintas. Na quantitativa, realizada entre outubro de 2023 e janeiro de 2024, 93 empresas responderam ao questionário especialmente elaborado para esse estudo. Na qualitativa, conduzida entre abril e julho de 2023, foram feitas entrevistas de 60 minutos com gestores de Recursos Humanos e das áreas de negócio de 24 empresas. O foco foi compreender as práticas de gestão da diversidade geracional e a convivência entre gerações no ambiente de trabalho. Além disso, foram organizados 5 grupos focais com colaboradores dessas empresas, com duração média de 90 minutos.
 

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FGV EAESP  - Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas

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