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sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Qualidade alarmante do ar em São Paulo pede cuidados especiais com crianças e idosos


A qualidade do ar em São Paulo, que levou a cidade mais populosa do Brasil ao primeiro lugar da poluição mundial no ranking da IQAir (IQAir.com), que mede os índices em todo o planeta, traz um alerta para os grupos mais vulneráveis como crianças e idosos, sejam em casa ou em escolas e instituições de repouso. A combinação de ar seco, poluição habitual do ar e fumaça de incêndios florestais criam um ambiente ainda mais desafiador para pessoas suscetíveis a problemas respiratórios. De acordo com especialistas em meteorologia, a qualidade do ar só deve melhorar partir de outubro com chuvas diárias.

Confira as dicas a seguir do médico Felipe Marques, pneumologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, para proteger crianças e idosos no período e sinais e sintomas de alerta.


Medidas que famílias e escolas podem tomar para proteger as crianças

Uma das medidas mais simples é monitorar a qualidade do ar, especialmente em grandes cidades, e evitar que as crianças passem muito tempo ao ar livre em dias de alta poluição.

Dentro de casa e nas escolas, é importante manter as janelas fechadas em horários de pico de trânsito para reduzir a entrada de poluentes, mas sem abrir mão da ventilação. Usar filtros de ar ou purificadores pode ser uma boa solução para melhorar a qualidade do ar nos espaços fechados. Estender toalhas molhadas e deixar baldes com água nos recintos também ajuda a elevar a umidade do ar, que está comparável a níveis de deserto nos últimos dias. O aumento da ingesta de água também é fundamentalpara manter as vias respiratórias úmidas.


Medidas que famílias e instituições de longa permanência podem tomar para proteger as crianças
Em dias em que a qualidade do ar estiver ruim, a recomendação é evitar que os idosos saiam de casa ou das instituições, reduzindo a exposição ao ar poluído. Se possível, as atividades ao ar livre devem ser realizadas em horários com menor trânsito e, portanto, menos poluentes no ar.

Também vale manter as janelas fechadas durante o dia, mas com entrada de ar necessária para a ventilação adequada. O uso de umidificadores, purificadores de ar, assim como de toalhas molhadas e baldes com água é importante também, com atenção para que os obstáculos não prejudiquem a mobilidade dos idosos ou provoquem quedas. Outra boa prática é evitar o uso de produtos de limpeza com substâncias químicas com odores fortes, que também podem afetar a saúde respiratória dos idosos.

O uso de máscaras deve ser avaliado individualmente, pois auxiliam na redução da exposição às partículas maiores, em especial para pessoas com condições crônicas, como pneumopatas, cardiopatas e pessoas com problemas imunológicos. A hidratação oral também é fundamental em idosos, mantendo vias aéreas úmidas.

Em instituições de longa permanência, garantir que os idosos estejam em dia com as vacinas, como a da gripe e a da pneumonia, é uma medida preventiva essencial, pois a poluição pode enfraquecer o sistema imunológico e aumentar o risco de infecções respiratórias. Manter acompanhamento médico regular é importante, especialmente para aqueles com doenças respiratórias ou cardíacas, para ajustar o tratamento conforme necessário.
 

Sinais ou sintomas de alerta que as pessoas devem observar para saber quando procurar ajuda médica

Dificuldade para respirar, que pode ser percebida como falta de ar ou uma sensação de aperto no peito, é um sintoma importante. Se a pessoa, especialmente um idoso, criança ou alguém com doenças respiratórias começar a sentir mais cansaço ao realizar atividades simples ou estiver respirando de maneira mais ofegante do que o normal, é recomendado buscar orientação médica. Outro sinal de alerta é a tosse persistente, especialmente se vier acompanhada de chiado no peito ou muco. Isso pode indicar que a exposição ao ar poluído está afetando os pulmões. Crises de asma mais frequentes ou intensas também não devem ser ignoradas. Pessoas que já sofrem de doenças respiratórias, como bronquite ou enfisema, podem perceber uma piora nos sintomas, e isso é um indicativo claro de que precisam de acompanhamento médico.

Dores no peito, batimentos cardíacos irregulares ou sensação de desmaio também são sinais que não devem ser negligenciados, especialmente em pessoas com doenças cardíacas. A poluição do ar pode afetar o sistema cardiovascular, aumentando o risco de problemas graves, como infarto. 





BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo


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