Até 40% dos homens que
lidam com a infertilidade podem ter varicocele. O problema geralmente é
assintomático e prejudica a saúde dos espermatozoides
Homens que enfrentam, junto às suas parceiras, dificuldade de engravidar devem assumir papel proativo para identificar o problema. É comum que os candidatos a se tornarem pais procurem por orientação médica apenas depois de que suas companheiras já tenham investigado o que impede a gestação de correr. A situação expõe o comportamento, por vezes, negligente dos pacientes com a própria saúde, companheira e família.
No ambulatório de andrologia do Serviço de Urologia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) de São Paulo, é comum que a consulta para investigar a dificuldade de engravidar sua parceira seja a primeira vez em que o paciente passe por avaliação urológica. Além da negligência em si, também afasta os homens dos consultórios o tabu do tema infertilidade. Existe a crença de que o problema com a reprodução está associado à fraqueza e, por isso, sentem-se envergonhados ou, em alguns casos, “menos homem”.
O distanciamento entre os homens e os consultórios é preocupante também, pois facilita o agravamento silencioso de problemas de saúde assintomáticos ou que apresentam sinais em estágios avançados. Entre as principais doenças que causam infertilidade estão as consequências do uso de anabolizantes e a varicocele.
A varicocele é causada pela dilatação em excesso das veias do cordão espermático dos testículos. O problema pode ser o motivo pelo qual 40% dos homens têm dificuldade de engravidar suas parceiras. A doença geralmente é assintomática, mas pode apresentar sinais como diminuição do testículo acometido pela alteração, sensação de peso, calor e dor no saco escrotal. A causa é pouco conhecida, mas pode estar relacionada a condições genéticas. O único tratamento é intervenção cirúrgica.
De acordo com o Ministério da Saúde, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foram feitas 5.178 cirurgias para tratar o problema, em 2023. Em comparação aos dados de 2019 - um ano antes da pandemia de Covid-19 - foram feitos 4.809 procedimentos. Apesar de superar os números pré-pandemia, o aumento não passa os 7,6%, em quatro anos.
Por isso, é importante incentivar que homens assumam um papel
proativo nos cuidados com a saúde, no enfrentamento das dificuldades de se
engravidar e, principalmente, desfazer o preconceito de que infertilidade é uma
fraqueza. Os problemas de reprodução estão relacionados a condições biológicas,
mas não à personalidade, ao caráter e ao sonho de ser pai do indivíduo.
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