“Além
de cuidarmos do nosso corpo, mente e espírito, precisamos também cuidar da
nossa relação com a tecnologia”, revela Alan Barros
No ano passado, cerca de 72,5 milhões de domicílios tinham acesso à internet no Brasil, o que totaliza 92,5% da população. Nas áreas urbanas, o percentual passou de 93,5% para 94,1% e nas áreas rurais, de 78,1% para 81,0%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua.
Ou seja, viver
sem estar conectado já é passado para muitos brasileiros. E como sobreviver a
essa nova realidade?
Em seu novo
livro “Antes que a [sua] luz se apague”, lançado em setembro na Bienal do Livro
de São Paulo, o palestrante e escritor Alan Barros aborda de forma clara a
relação direta entre os seres humanos e a tecnologia, além de trazer um
conceito inovador das quatro dimensões da saúde mental: corpo, mente, espírito
e tecnologia.
Depois de
atentar contra a própria vida, atualmente o autor aborda o suicídio de forma
aberta e acolhedora, o que ele considera possível de identificar sinais de
alerta e oferecer o apoio necessário “Este livro é um convite à transformação,
uma mensagem de esperança, um guia integrativo escrito com o coração de quem
viveu, sobreviveu, e superou a escuridão da depressão, ansiedade, pensamentos
suicidas e bipolaridade”, conta.
Segundo Barros,
hoje em dia é impossível nos dissociarmos da tecnologia, uma vez que ela ocupou
um espaço grandioso em nossas vidas e, principalmente, em nossas relações.
“Além de cuidarmos do nosso corpo, mente e espírito, precisamos também cuidar
da nossa relação com a tecnologia. Ninguém nos ensinou sobre como manusear de
forma positiva a tecnologia, não aprendemos como lidar com tanto estímulo, e o
resultado é esse que estamos vivenciando, pessoas cada vez mais adoecidas
mentalmente e emocionalmente”.
Ele ressalta que
há um sentimento mais nocivo para
nossa autoestima e que, infelizmente, é tudo que presenciamos nas redes
sociais: a comparação. “Pessoas buscando ter o que, na realidade, não gostaria
de ter, querendo ser pessoas que na essência não faria sentido ser, querendo
ganhar dinheiro rápido e apostando tudo em uma vida sem trabalho, sacrifícios e
privações”, aponta. Ele lembra que nem tudo que vemos na internet é verdade, e
mesmo que seja, é perigoso avaliar tudo em um recorte de 15 segundos de um stories.
“Acho muito perigoso compararmos a nossa vida, a nossa jornada e tudo que já
vivemos com poucos segundos da vida do outro, uma vida programada para mostrar
o lado bom, afinal, ninguém quer mostrar suas vulnerabilidades nas redes
sociais, ou quer?”.
Esse é um dos
temas que Alan aborda em suas palestras, onde faz um trabalho relevante em São
Paulo ao aproximar e desmistificar os mitos da saúde mental. Para isso, ele tem
atuado em escolas e empresas, sempre buscando unir a arte, cultura e saúde
mental. Por conta disso, o seu primeiro livro, “Tenho Depressão. E Agora?”, se
transformou em peça teatral para adolescentes.
Em sua nova obra
ele tem o propósito de mostrar que, por mais desafiadora que seja a jornada, ao
aceitar seu diagnóstico e buscar o tratamento correto, ele encontrou o caminho
para a superação. “Quero que tenha plena certeza de que a luz dentro de você,
ou dentro de alguém que você ama, pode voltar a brilhar. Não deixe que a sua
luz se apague!”, finaliza.
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