Principais desafios incluem a busca e implementação de soluções inovadoras para o planejamento urbano do futuro
As cidades inteligentes surgem da convergência
entre tecnologia, planejamento urbano e governança, trabalhando para promover
melhorias na vida urbana. Esse conceito vem ganhando destaque global ao longo
dos anos devido aos seus impactos na qualidade de vida, na promoção de práticas
sustentáveis e na eficiência dos serviços urbanos, especialmente em setores
críticos como segurança, saúde e educação.
Segundo um levantamento realizado pelo Instituto de
Pesquisa Capgemini em 2020, 74% dos entrevistados acreditam que inovações
tecnológicas vão melhorar a qualidade dos serviços públicos no Brasil, com
melhorias na segurança pública sendo uma das características mais importantes
para os participantes. O estudo ouviu mil pessoas de cinco cidades: Belo
Horizonte, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo.
“A área de segurança pública tem sido uma das mais
beneficiadas com a implementação de inovações. O mercado privado oferece hoje
uma série de equipamentos, com as mais variadas funcionalidades, que cada vez
mais são vistos também como possibilidades para apoio ao serviço público,
contribuindo diretamente na prevenção e na resposta a incidentes”, afirma
Edison Endo, diretor da Helper Tecnologia de Segurança, empresa responsável por
soluções implantadas em 55 cidades de 11 estados.
Seis desses municípios estão entre os 100 mais
inteligentes do país, segundo o ranking Connected Smart Cities. Londrina, Porto
Alegre, Pinhais, Mogi das Cruzes e Diadema são exemplos de cidades que
implantaram os Totens de Segurança Helper como estratégia de segurança para a
população. E os resultados têm começado a aparecer. Em Diadema, por exemplo, as
ocorrências criminais caíram 36% nas áreas onde os totens foram instalados, de
acordo com dados do INFOCRIM (Sistema Estadual de Informação Criminal),
divulgados pelo Observatório Municipal de Segurança Pública de Diadema.
Blindados, os totens reúnem em um único dispositivo
várias funcionalidades e características, como formato imponente e robusto à
prova de vandalismo, sistema de giroflex — que remete às viaturas policiais —,
botão de emergência, comunicador bidirecional de alta potência, que envia
alertas à população, mensagens automáticas de áudio e monitoramento por câmeras
360. Essas funcionalidades permitem análises de cenários inteligentes,
proporcionando comunicação direta entre cidadãos e forças de segurança, e
diminuindo consideravelmente o tempo de resposta dos agentes de polícia
militar, guarda municipal e agentes de trânsito no atendimento às vítimas.
Saúde e educação
Assim como na segurança, outras áreas responsáveis
por serviços básicos para a população têm encontrado na inovação uma forma de
realizar atividades de maneira mais inteligente. Na saúde, tecnologias
tradicionais são adaptadas para oferecer cuidados médicos mais acessíveis e
eficientes. Ferramentas de Big Data e Inteligência Artificial são utilizadas
para prever epidemias, monitorar dados e melhorar a gestão de recursos.
Enquanto no campo educacional, tecnologias como e-learning e realidade
aumentada democratizam o acesso ao conhecimento, proporcionando experiências
educacionais mais interativas e personalizadas para alunos de todas as idades.
Desafios
No entanto, para que essas inovações prosperem, é
necessário superar grandes obstáculos. As desigualdades sociais do país
impactam diretamente a inclusão digital da população e, consequentemente, a
conectividade de rede que gere uma cidade. Grande parte dos equipamentos que
fazem o trabalho de integração de uma cidade inteligente funciona baseada na
Internet das Coisas. Se não houver garantia de que a conexão funcione em todas
as extremidades da cidade e de forma acessível, a eficiência das tecnologias
pode ser comprometida.
A adoção de tecnologias como o 5G contribui para o
crescimento das cidades inteligentes, facilitando a rápida troca de dados entre
dispositivos e infraestruturas, essencial para a implementação da Internet das
Coisas. Até julho de 2023, o 5G estava disponível nas capitais e em apenas 184
dos 5.565 municípios brasileiros. Além disso, a padronização e governança de
dados, assim como a conscientização do setor público e os desafios específicos
de cada setor de urbanização, também são desafios na implementação dessas novas
tecnologias. Em termos de sustentabilidade, as principais tarefas envolvem a
implementação de redes elétricas inteligentes para minimizar o consumo de
recursos não renováveis e promover fontes de energia alternativas.
“Investir continuamente em tecnologias que auxiliam
na melhoria de serviços e na integração de diferentes setores é essencial para
otimizar processos e sistemas, favorecendo a concretização de cidades
inteligentes. Temos ainda um longo caminho para percorrer, mas os passos estão
sendo dados”, complementa Edison.
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