Segundo o INCA, cerca de 30 mil
mulheres sofrem com algum dos tipos dessa doença no BrasilFreepik
O mês de julho tem como cor de laço o verde escuro que representa a conscientização e luta contra o câncer ginecológico, sendo o de colo uterino o mais comum em casos no Brasil. Também engloba o câncer endométrio (do corpo do útero), ovário, vulva e vagina.
De acordo com Instituto Nacional de Câncer (INCA), a cada ano, cerca de 30 mil mulheres brasileiras recebem algum desses diagnósticos, sendo mais de 16 mil apenas o de colo uterino. Os tumores de colo de útero e da vulva são predominantemente causados pelo vírus HPV. O câncer de endométrio está associado aos hábitos da vida moderna, como uma dieta exagerada em colesterol e o sedentarismo. Por fim, os tumores do ovário estão mais relacionados a fatores genéticos.
Reconhecer os sinais e adotar medidas preventivas
são passos cruciais para o diagnóstico precoce e um tratamento eficaz. A Dra.
Solange Kuwamoto, oncologista e ginecologista do Instituto Paulista de
Cancerologia (IPC), dá
orientações importantes sobre as principais manifestações e cuidados
preventivos relacionados a esses tipos de câncer.
Câncer do colo do útero
Considerado altamente prevenível, o câncer do colo do útero pode
ser evitado através da vacinação contra o HPV e do exame de Papanicolaou.
"Quando a doença está instalada, os sintomas mais frequentes são
sangramento vaginal anormal, principalmente após atividade sexual, dor pélvica,
corrimento, queixas intestinais e dor lombar", explica a especialista. A
vacinação contra o HPV é fundamental para prevenir infecções que podem levar ao
desenvolvimento desse tipo de câncer.
Câncer
de ovário
O câncer de ovário é muitas vezes diagnosticado em estágios
avançados devido à falta de métodos de rastreio eficazes. "As principais
manifestações do câncer de ovário incluem desconforto e aumento do volume
abdominal, dor pélvica, corrimento ou sangramento vaginal anormal, falta de
apetite, alterações do hábito intestinal, vômitos, emagrecimento involuntário,
tosse seca ou falta de ar", orienta a médica. "Hoje, discute-se a
retirada profilática das tubas uterinas e ovários em mulheres com predisposição
hereditária ao câncer como uma medida preventiva."
Câncer
de vulva
O câncer de vulva se manifesta de forma visível através de
mudanças na pele, como úlceras, prurido e tumorações. "Além desses sinais,
pode haver dor e sangramento durante ou após a atividade sexual. Em fases mais
avançadas, a doença pode trazer complicações urinárias e intestinais, bem como
sintomas sistêmicos como emagrecimento, falta de apetite, fraqueza e sintomas
respiratórios", observa a Dra. Solange. A atenção aos primeiros sinais é
essencial para a detecção precoce e tratamento adequado.
Cuidados
preventivos
Para todas as mulheres, Dra. Solange recomenda algumas práticas
preventivas importantes:
- Realização de exames regulares: Consultas ginecológicas periódicas e exames de rotina como
o Papanicolaou são essenciais para a detecção precoce de alterações
celulares.
- Vacinação contra o HPV: Meninas e
mulheres devem ser vacinadas contra o HPV para prevenir infecções que
podem levar ao câncer do colo do útero.
- Atenção aos sinais do corpo: Qualquer sintoma anormal, como sangramento fora do período
menstrual, dor pélvica persistente, alterações intestinais ou na pele da
vulva, deve ser investigado.
- Histórico familiar: Mulheres com
histórico familiar de câncer ginecológico devem discutir com seu médico a
possibilidade de medidas preventivas adicionais, como a retirada
profilática dos ovários.
A conscientização sobre os sinais e a importância dos cuidados
preventivos são fundamentais para a saúde ginecológica das mulheres. "Com
a informação correta e a adoção de medidas preventivas, podemos reduzir a
incidência e a mortalidade dessas doenças que assolam as mulheres",
conclui a Dra. Solange.
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