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sexta-feira, 26 de julho de 2024

28/07 - Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais

Data promove conscientização sobre doença silenciosa que causa 1,3 milhão de mortes anualmente

Hepatologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz detalha modos de transmissão e estratégias de prevenção

 

Visando conscientizar a população sobre os tipos de hepatites, o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho e criado em 2010 pela OMS (Organização Mundial da Saúde), também lembra que a doença é a segunda maior causa de morte por infecção no mundo, com 3,5 mil óbitos diários e 1,3 milhão de mortes anuais. 

Segundo Dr. Luís Edmundo Pinto da Fonseca, hepatologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as hepatites virais são causadas por infecções que podem não ter sintomas perceptíveis, afetando o fígado e podendo ser classificadas como agudas, que duram de até seis meses e crônicas, quando duram mais de seis meses. 

O hepatologista explica que elas se manifestam de diferentes formas, mas muitas vezes a evolução no quadro da infecção não é identificada por escassez de sintomas. Por isso, a importância de realizar exames de rotina para garantir o diagnóstico precoce e evitar a evolução para formas mais avançadas de doença hepática crônica, que incluem a cirrose hepática e o câncer de fígado. 

Os sintomas da doença, quando aparecem, podem incluir: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. “Reconhecer esses sinais é essencial para detectar precocemente a doença e buscar o tratamento adequado”, conta o médico. 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, nas últimas duas décadas o Brasil notificou aproximadamente 720 mil casos de hepatites virais. Do total, cerca de 23% correspondem a casos de Hepatite A, 37% dos casos são de Hepatite B e a Hepatite C representa a maior incidência, com 39% dos casos. 

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, as hepatites virais mais comuns no país são causadas pelos vírus A, B e C. A Hepatite D, comum na região Norte do Brasil, e a Hepatite E, mais diagnosticada na África e na Ásia, ocorrem com menos frequência no nosso país.
 

Tipos e prevenção

Hepatite A: ocorre por via fecal-oral: ingestão de água e/ou alimentos contaminados com fezes humanas, e por isso, costuma estar associada a baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal. 

A vacinação contra a Hepatite A está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e é altamente recomendada, devendo ser realizada em crianças de 15 meses até cinco anos incompletos. 

“É importante adotar práticas de higiene pessoal adequadas, como lavar as mãos regularmente após o uso do banheiro e antes de manipular alimentos. Além disso, certificar-se de consumir água tratada e alimentos devidamente cozidos também é uma medida preventiva eficaz”, explica o médico.
 

Hepatite B: pode ser transmitida por via vertical (de uma mãe portadora do vírus para o filho, sendo que a transmissão ocorre durante o parto), por via parenteral (ou seja, pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros itens pessoais contaminados com sangue infectado) e pela via sexual, sendo considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST). 

A vacinação é a principal medida preventiva para a Hepatite B, que deve ser iniciada nos primeiros meses após o nascimento: aos dois, quatro e seis meses de idade. Para os adultos que não foram vacinados durante a infância, também são recomendadas três doses da vacina. 

Segundo o especialista, a prevenção da Hepatite B inclui a adoção de práticas sexuais seguras, como o uso de preservativos, além de evitar compartilhar objetos de uso pessoal que possam estar contaminados com sangue ou secreções pessoais. 

Existe também a vacina combinada da Hepatite A e B, que é indicada para crianças a partir dos 12 meses, adolescentes e adultos, sendo uma ótima opção para aqueles que não foram vacinados contra ambas as hepatites.
 

Hepatite C: considerada epidemia mundial, ainda sem vacina disponível, tem como característica alarmante que aproximadamente 60% a 85% das infecções agudas podem se tornar crônicas, com risco de evolução silenciosa para a cirrose hepática ao longo de vários anos. 

Assim como o tipo B, a Hepatite C é transmitida principalmente pelo contato com sangue infectado, por isso é preciso adotar medidas de prevenção “Evite o compartilhamento de objetos pessoais que possam estar contaminados com sangue, sempre utilize equipamentos estéreis em procedimentos médicos, de acupuntura e tatuagem e instrumentais bem higienizados em serviços de manicure e pedicure. Também nunca deixe de praticar sexo de forma segura, utilizando preservativos, quando indicado, nas relações sexuais”, conta o hepatologista, Dr. Luís Edmundo. 

O médico chama atenção para a hepatite C já que, diferentemente das hepatites A e B, ainda não há vacina disponível. Desta forma, sua prevenção baseia-se em medidas de redução de risco. 

Outro fator para ficar de olho é que o surgimento de sintomas não é muito frequente: cerca de 80% das pessoas com o vírus não apresentam qualquer manifestação. Além disso, segundo o Ibrafig (Instituto Brasileiro do Fígado), a hepatite C é a hepatite mais letal, sendo relacionada a 74% das mortes pela doença.
 

Prevenção é o melhor caminho

A prevenção dessas doenças requer não apenas um esforço coletivo, mas também um entendimento sobre suas formas de transmissão e as medidas preventivas eficazes. Segundo Dr. Luís Edmundo, a educação e a conscientização desempenham um papel crucial nesse processo. 

“É fundamental enfatizar a importância da conscientização sobre as diferentes formas de transmissão das hepatites virais e da adoção de medidas preventivas adequadas. A promoção de informações precisas e o acesso a serviços de saúde são fundamentais para reduzir a incidência e o impacto das hepatites virais”, diz o especialista.



Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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