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sábado, 20 de julho de 2024

22/07 Dia Mundial do Cérebro, como a depressão atinge o órgão e faz do Brasil a população mais depressiva da América Latina


No Dia Mundial do Cérebro, a médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental, explica porque muitos transtornos mentais estão relacionados a desequilíbrios químicos e alterações na estrutura e função do cérebro. “Esse complexo órgão é o responsável por controlar todos os aspectos da vida e quando há desequilíbrios químicos, como na serotonina, dopamina, glutamato entre outros, juntamente com predisposição genética pode levar a transtornos mentais como depressão, ansiedade e até doenças mais graves como por exemplo a esquizofrenia”, diz. 

Quando a depressão se instala é porque, no cérebro, acontece várias mudanças químicas, estruturais e funcionais é um transtorno mental complexo que considera fatores biológicos, psicológicos e sociais. 

A médica explica que diversos neurotransmissores são fundamentais para a regulação do humor, sono, apetite e energia. “Alguns estudos já mostraram que pessoas com depressão podem ter um hipocampo menor, que é a região do cérebro envolvida na formação de novas memórias e está relacionado ao humor e às emoções, além disso, a amígdala, área que processa emoções como medo e prazer, pode estar hiperativa em indivíduos ansiosos e ainda, a doença pode afetar o córtex pré-frontal, que está envolvido na tomada de decisões, controle de impulsos e regulação emocional e assim pode haver uma redução no volume e na atividade dessa área”, explica. 

Quanto ao Brasil estar no topo dos país mais afetado pela doença, Dra. Jéssica fala que isso se deve a fatores genéticos, ou seja, a predisposição genética pode influenciar a suscetibilidade à depressão já que certos genes relacionados aos neurotransmissores e à resposta ao estresse podem aumentar o risco ou ter ligação epigenética que são os fatores ambientais podem modificar a expressão dos genes sem alterar a sequência de DNA, afetando a vulnerabilidade à depressão. 

Para proteger o cérebro contra a depressão, a psiquiatra afirma que a atividade física regular ajuda a aumentar os níveis de endorfinas e serotonina, que ajudam a melhorar o humor e reduzir o estresse, além do sono adequado e alimentação balanceada compõe o trio essencial para deixar a doença longe. “Mas, quando a depressão aparece, é importante reconhecê-la e tratar o quanto antes para que não evolua. Depressão tem tratamento, mas é preciso se cuidar e compreender que não é algo que se cura somente com “força de vontade”, por ser uma doença o apoio médico e psicológico é essencial, finaliza.  



Dra. Jéssica Martani - Médica psiquiatra, observership em neurociências pela Universidade de Columbia em Nova Iorque – EUA, graduada pela Universidade Cidade de São Paulo com residência médica em psiquiatria pela Secretaria Municipal de São Paulo e pós graduação em psiquiatria pelo Instituto Superior de Medicina e em endocrinologia pela CEMBRAP.
CRM 163249/ RQE 86127


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