Arroz,
leite e derivados, frutas e hortaliças são alguns dos itens que podem ser
impactados pelos efeitos das chuvas no Estado, estima FecomercioSP
O Rio Grande do Sul vive um momento dramático, com dezenas de mortes e um
cenário de devastação estarrecedor. A população tem sofrido com as
consequências dos temporais que atingem o Estado desde a semana passada,
deixando milhares de pessoas e animais desamparados. Além dos impactos humano e
ambiental — que devem ser o foco neste momento para que mais vidas sejam salvas
e para que haja o restabelecimento da normalidade o mais breve possível —, a
catástrofe, obviamente, terá efeitos econômicos tanto para o Rio Grande do
Sul como para o País.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP) estima que as perspectivas são de perdas, com efeitos,
inclusive, sobre os consumidores, em decorrência de uma eventual pressão nos
custos, especialmente dos alimentos. Nenhum setor deixará de ser afetado — no
Comércio, nos Serviços, na Industria e no Agronegócio.
Tudo isso considerando que ainda é cedo para se ter uma ideia da real dimensão
dos estragos.
ITENS MAIS AFETADOS
O arroz e os derivados do leite são alguns exemplos de itens que devem ficar
mais caros por conta da catástrofe. O Rio Grande do Sul é o maior produtor
de arroz do País, e, embora pouco mais de 80% da safra tenha sido colhida,
ainda não dá para saber se os estoques foram atingidos ou quanto da parcela
restante foi perdida. Há incertezas ainda sobre a logística do produto pelas
restrições das rodovias.
O mesmo acontece com a criação de gado para produção de leite, que deve ser
impactada com a perda de vacas e pasto, além da ingestão, por esses animais, de
água sem qualidade, em razão das condições atuais do local.
Outros itens que devem encarecer são as frutas: uva, pêssego e maçã,
tradicionais da região, podem ter a produção e o escoamento afetados pela
interdição de estradas, impactadas pelos estragos ou pelo deslocamento de
caminhões que estão sendo usados para prestar apoio à população atingida.
Nesse caso, os preços, que já estavam em alta desde o ano passado, em
consequência de outro fator climático (El Niño), devem sofrer ainda mais pressão.
Já no caso das hortaliças, a perspectiva é de falta de estoques nos
estabelecimentos durante algumas semanas.
A paralisação da indústria local, seja para o atendimento às famílias, seja por
outros fatores, pode levar à falta de suprimentos de inúmeras outras indústrias
que utilizam o aço, por exemplo, como matéria-prima.
Para o Turismo, haverá, sem dúvidas, grande efeito: o Aeroporto Internacional
Salgado Filho ficará fechado até o fim deste mês, com cancelamentos de voos,
até que as operações sejam restabelecidas. O aeroporto é responsável por 3% da
movimentação de passageiros pelo Brasil — no mês de maio do ano passado,
circularam por ele 540 mil pessoas.
Para se ter uma ideia da dimensão desse evento, a tragédia de Brumadinho, menor
e mais localizada, provocou uma queda de 0,2% no Produto Interno do Brasileiro
(PIB) em 2019 — mais de R$ 20 bilhões em valores atuais. No Rio Grande do Sul,
é muito provável, infelizmente, que os danos causados tenham impacto ainda
maior para o PIB nacional. Isso, sem falar, é claro, dos efeitos significativos
para a economia e para a população locais.
A FecomercioSP se solidariza com as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul e
mantém diálogos abertos com várias instâncias para ajudar na reconstrução do
estado a partir de agora.
FecomercioSP
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