Hospital Pequeno Príncipe orienta pais e responsáveis sobre os riscos e importância da conversa com os adolescentes acerca dos dispositivos, que são proibidos no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) manteve a proibição no Brasil dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs). A decisão entrou em vigor em maio deste ano, diante das evidências científicas e riscos relacionados. Por conta disso, neste Dia Mundial Sem Tabaco, o Hospital Pequeno Príncipe, maior e mais completo hospital pediátrico do país, esclarece alguns mitos e verdades sobre os cigarros eletrônicos, que ainda são comercializados no país de maneira ilegal e continuam atraindo os adolescentes.
Os vaporizadores são usados com um líquido que contém nicotina e outros produtos químicos, sendo igualmente nocivos e viciantes para quem fuma tanto quanto o cigarro comum. “Os cigarros eletrônicos chegaram com a proposta de que seriam boas opções ao tabagismo convencional e que não causam mal à saúde. Entretanto, essa não é a realidade”, enfatiza a pneumologista pediátrica Débora Chong, do Hospital Pequeno Príncipe.
Ao
mesmo tempo, a profissional destaca que quadros respiratórios e tosses que não melhoram,
associados ao afastamento do convívio familiar, podem ser sinais de alerta para
o uso dos cigarros eletrônicos pelos adolescentes. “Por isso, os pais e
responsáveis devem estar sempre atentos para identificar e poder abrir um
diálogo com os filhos, além de informar sobre os perigos. Os cuidadores são
grandes motivadores e exemplos para os jovens”, completa.
Veja os mitos e verdades sobre cigarros eletrônicos:
1 – Cigarros eletrônicos não fazem mal à saúde
MITO. Estudos mostram
que os cigarros eletrônicos são prejudiciais à saúde, bem como associados a
doenças cardiovasculares, AVC, câncer e inflamação dos pulmões. Os produtos
presentes nos vapes, como metais pesados, substâncias cancerígenas, entre
outras, podem causar consequências graves, como a EVALI, uma lesão pulmonar que
pode ser fatal. Além disso, os dispositivos apresentam riscos de explosão da
bateria.
2 – Os cigarros eletrônicos são regulados e seguros
MITO. Em muitos
lugares, incluindo o Brasil, a venda de cigarros eletrônicos é proibida, mas
ainda assim ocorre de forma ilegal. Produtos adquiridos de fontes não
regulamentadas podem conter substâncias perigosas em níveis desconhecidos.
Portanto, é importante conversar com os jovens sobre as realidades e os riscos
devido a uma falsa percepção de normalidade.
3 – Usar cigarros eletrônicos causa dependência
VERDADE. A maioria dos
cigarros eletrônicos contêm nicotina – substância altamente viciante –, o que
reforça o potencial de dependência dos vapes. Do mesmo modo, o relatório da
Anvisa destacou um aumento alarmante do fumo entre jovens em países como
Estados Unidos e Reino Unido, onde os cigarros eletrônicos foram liberados.
Esse crescimento tem gerado uma crise de saúde pública e impulsionado
movimentos para revisar a liberação desses dispositivos.
4 – Proibir os cigarros eletrônicos é um meio de luta contra o tabagismo
VERDADE. O Brasil é
reconhecido mundialmente pelo sucesso na luta contra o tabagismo. Por exemplo,
medidas de proibição da propaganda desses produtos e criação de ambientes
livres de tabaco contribuíram para a redução do consumo entre adultos – de 34%
em 1996 para 11% em 2023. Nesse sentido, a manutenção da proibição dos cigarros
eletrônicos é vista como uma continuidade dessas políticas bem-sucedidas.
Serviço de Pneumologia
O
Serviço de Pneumologia do Hospital Pequeno Príncipe é
dedicado ao diagnóstico e tratamento de doenças do aparelho respiratório. Entre
elas, enfermidades pulmonares agudas e crônicas, bem como doenças não
pulmonares que afetam o sistema respiratório. Ainda mais, é referência nacional
para o atendimento de fibrose cística, uma enfermidade genética que compromete
os sistemas respiratório e digestório.
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