Projeção indica
que o Brasil terá aumento de 98,6% de mortes pela doença até 2050
A vida moderna é repleta de facilidades e muitas
delas podem prejudicar a saúde lentamente. Comida congelada, excesso de açúcar,
frituras, consumo exagerado de refrigerantes e bebidas alcoólicas. O sobrepeso
e a obesidade são comuns em todo o mundo, os números demonstram que mais de 60%
da população adulta tem sobrepeso ou é obesa.
É notório que a prática de atividade física é
importante em todas as fases da vida e nunca é tarde para começar. “Cerca de
30% dos adultos em todo o mundo não seguem a recomendação da OMS de fazer 150
minutos de atividade moderada, ou seja, 30 minutos por dia, cinco vezes por
semana. Mudar o cardápio é fundamental para que a mudança seja real. A
reeducação alimentar e a atividade física fazem toda a diferença para ter um
novo estilo de vida”, afirma Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech
Company.
Não há dúvidas de que o câncer é um enorme desafio
à saúde pública e que exige foco em ações emergenciais de prevenção e controle.
Os constantes avanços na medicina permitem a possibilidade de tratamentos
extremamente eficazes, que envolvem desde a remoção do tumor até o uso de
drogas de quimioterapia ou radiação com o objetivo de liquidar as células
cancerígenas. Infelizmente, a ação desses tipos de tratamento também afeta as
células saudáveis, provocando efeitos secundários relevantes, como, perda de
cabelo, diminuição da imunidade e até efeitos que repercutem diretamente na
nossa capacidade de viver com qualidade.
O levantamento realizado pela Agência Internacional
de Pesquisa de Câncer (IARC) mostra que os casos e mortes causadas pelo câncer
continuaram crescendo. O Brasil poderá registrar cerca de 554 mil mortes até
2050, um aumento de 98,6% em comparação aos óbitos ocorridos em 2022 que foram
279 mil.
Ainda segundo a projeção realizada pela agência, o
país deve registrar 1,15 milhão de novos casos em 2050, um valor de 83,5%
mais do que a incidência de 2022 que foi de 627 mil. A pesquisa realizada pela
IARC foi feita em 115 países e se baseou em dados de 2022 que mostram que a incidência
e mortalidade por câncer continuará crescendo.
O estudo realizado pelo Observatório Global de
Câncer mostra que o câncer de pulmão foi o mais comum em todo o mundo, com 2,5
milhões de novos casos, esses números representam 12,4% do total de casos. O
câncer de mama feminino ficou em segundo lugar, com 2,3 milhões de caso
(11,6%), sendo seguido por câncer colorretal com 1,9 milhões de casos (9,6%), o
câncer de próstata com 1,5 milhão (7,34) e câncer de estômago com 970 mil
(40,9%).
Segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados
Unidos, de 72% a 95% dos pacientes que recebem tratamento apresentam aumento
nos níveis de fadiga, resultando em diminuição significativa da capacidade funcional
e perda da qualidade de vida e produção diária. Apresentam também dificuldades
na respiração, na digestão dos alimentos e até mesmo na vida sexual, entre
outros transtornos.
A prática regular de exercício físico de forma
estruturada e com a devida orientação pode reverter esse quadro, seja na
melhoria da qualidade de vida do paciente ou na tolerância aos diversos
tratamentos. Há evidências de que a atividade física pode ser benéfica em três
formas de gerir o câncer e seus sintomas:
v Combinado a práticas de estilo de vida
saudável, o exercício físico parece prevenir certos tipos de cânceres – os
casos da doença ocorrem com menor frequência em pessoas fisicamente ativas;
v Para quem já está sob tratamento, o
exercício beneficia a função física e alivia a fadiga, as náuseas e a
depressão. A prática regular de exercício físico ajuda no controle de hormônios
que estimulam a propagação das células cancerígenas;
v O exercício permite que as pessoas recuperem
suas funções físicas e retornem a um estilo de vida mais saudável e ativo.
Do ponto de vista científico, embora a relação
entre atividade física e câncer não esteja definitivamente esclarecida, as
informações disponíveis são extremamente contundentes e nos permitem afirmar
que todas as pessoas diagnosticadas com alguns tipos de câncer devem investir
na prática regular de exercícios com a mesma energia e dedicação com que
enfrentam cirurgias e demais formas de tratamentos.
Os benefícios estão relacionados aos
seguintes fatores:
v Estímulo dos receptores de insulina
e nas células que combatem o câncer;
v Melhoria na função do sistema imunológico;
v Aceleração no metabolismo do ácido
ascórbico;
v Redução da formação e evolução de tumores
cancerígenos;
v Regulação dos radicais livres;
v Melhoria no funcionamento do aparelho
intestinal, da autoestima, do humor e da qualidade de vida.
Superação: conheça a história
de Ísis Dianez
Receber o diagnóstico de câncer causa um turbilhão
de sentimentos, insegurança e medo. Para a Isis não foi diferente ao ouvir do
médico que seus exames revelaram um câncer de mama. “A notícia me deixou triste,
mas ao mesmo tempo, fiquei muito otimista, dizendo que iria me tratar e tudo
iria passar. Meu sentimento era de alegria, sentia no meu coração que Deus
tinha o melhor pra mim, nunca perguntei por que estava passando por isso, e sim
pra quê. Com a minha fé e determinação fui me fortalecendo a cada dia. O
processo do tratamento não é fácil, porém não é impossível, com o apoio da
família, orientação médica, nutricionista, academia e um profissional me
acompanhando: o personal David, graças a ele, fui orientada durante todo o meu
tratamento. Tudo isso me deu a possibilidade de me fortalecer tanto fisicamente
quanto mentalmente”, relata Isis Dianez.
O personal que acompanha a Isis há quatro anos
falou sobre a força e a determinação da sua aluna. “Ela é uma mulher forte,
dedicada a tudo que faz na vida, uma pessoa que transmite paz e que é ótimo de
se conviver. A Isis já era minha aluna antes de descobrir o câncer. Poder
ajudar e estar ao lado dela neste momento proporciona um sentimento de
realização. Quando entrei para a faculdade, o meu maior objetivo era fazer
diferença na vida das pessoas, contribuir de maneira direta na saúde e
bem-estar dos meus alunos. Ela é a prova de que nós profissionais de Educação
Física podemos contribuir demais com a saúde da população”, pontua David Rocha,
personal trainer na Fórmula Pantanal.
O exercício físico funciona como uma terapia
complementar ao tratamento medicamentoso e permite que o corpo consiga suportar
com mais eficiência os efeitos colaterais inerentes ao difícil tratamento de
quimio e radioterapia. Os níveis de força e capacidade cardiorrespiratória
permitem que ela tenha uma vida normal no dia a dia, trocando em miúdos, o
exercício garante a ela capacidade de suportar o tratamento.
“Meu recado para quem está passando por essa situação é: tenha força, fé e determinação. Estes são os pilares que coloquei como foco nessa fase de oito meses de tratamento. Hoje, eu sei que tenho o hoje e o amanhã pertence a Deus”, comemora Dianez.
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