OMS aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano em todo o mundo; Médica e professora explica os malefícios do fumo, incluindo do cigarro eletrônico
A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou, em 2023, a epidemia
do tabagismo como uma das maiores ameaças à saúde pública que a humanidade já
enfrentou. Segundo a entidade, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por
ano em todo o mundo. Dessas, 7 milhões são consequências do uso contínuo do
produto, enquanto cerca de 1,3 milhão é resultado de não-fumantes, ou seja, do
fumo passivo. Dentre as doenças mais comuns que podem ser desenvolvidas com a
prática do tabagismo estão cânceres de pulmão, boca, laringe, esôfago,
estômago, rim e bexiga. Na lista ainda estão as doenças respiratórias
obstrutivas, bronquite crônica e o enfisema pulmonar.
Para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao
vício em fumar, foi criado, em 1987, o Dia Mundial do Combate ao Fumo, que
acontece no próximo dia 31 de maio. A data, portanto, além de trazer
informações sobre os malefícios também visa trazer estratégias para quem deseja
e precisa deixar o vício. “O tratamento para cessação de tabagismo se constitui
de 3 pilares: a dependência química causada basicamente pela nicotina, a
dependência psicológica relacionada aos sentimentos de prazer ou fuga e a
dependência comportamental relacionada ao hábito de fumar em si. Hoje em dia o
tratamento completo é disponibilizado gratuitamente e integralmente via SUS e
pode ser constituído de suporte psicológico e medicamentoso, além de adesivos e
gomas de mascar”, pontua Diandra Flavia Manfroi, médica e professora de
medicina na UniCesumar de Maringá (PR).
Ainda sobre os males do tabagismo, ela atenta para um novo
desafio: os cigarros eletrônicos. “É amplamente conhecido que esses
dispositivos são maléficos para saúde, já que possuem mais de 70 substâncias
descritas, incluindo nicotina, propilenoglicol, nitrosaminas e metais pesados.
Por esse motivo, são associadas ao mesmo risco das doenças do cigarro
convencional e algumas especificamente desses instrumentos como uma condição chamada
de E-Vali, um quadro respiratório grave com alto risco a óbito, queimaduras e
intoxicação a metais tóxicos”, explica. Em abril de 2024, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a fabricação, importação,
comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e propaganda de
cigarros eletrônicos.
A professora ainda enfatiza a importância de reconhecer os pontos
positivos que surgem ao parar de fumar e compartilha, em tópicos, os benefícios
de abandonar essa prática.
- Dentro de 20 minutos, o ritmo cardíaco e a pressão
arterial baixam;
- Em 12 horas, o nível de monóxido de carbono no sangue
cai para o normal;
- De duas a 12 semanas, a circulação sanguínea melhora e
a função pulmonar aumenta;
- Entre um a nove meses, a tosse e a falta de ar
diminuem;
- Em um ano, o risco de desenvolver uma doença
coronariana cai pela metade (em relação a um fumante);
- Em cinco anos, o risco de ter um acidente vascular
cerebral é reduzido ao de um não fumante – cinco a 15 anos após parar de
fumar;
- Em 10 anos, o risco de câncer de pulmão cai para cerca
de metade em relação a um fumante e o risco de câncer de boca, garganta,
esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas também diminui;
- Em 15 anos, o risco de doença cardíaca coronária é o
mesmo de um não fumante.
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