Doença de Crohn e retocolite ulcerativa são as principais DIIs e afetam cerca de 5 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP).
Prevenção e tratamento fazem de maio
o mês escolhido para sensibilizar a sociedade sobre a saúde do órgão apelidado
de “segundo cérebro”: o intestino. Quem sofre com as Doenças Inflamatórias
Intestinais (DIIs) – lembradas mundialmente no dia 19 de maio – sabe o quanto o
uso de medicamentos corretos para controlar a inflamação crônica é importante
para lidar com a rotina sem interferências frequentes. Por isso, o diagnóstico
precoce evita o agravamento da condição, que é incurável e altera todo o
funcionamento do organismo na medida em que desregula níveis de nutrientes e
mexe com a saúde mental, já que o intestino está diretamente ligado às
respostas em situação de estresse e outras reações psíquicas, como ansiedade e
depressão, conforme estudo publicado pelo Núcleo de Divulgação Científica da
Universidade de São Paulo (USP).
Diferença entre doença de Crohn e retocolite ulcerativa
As principais Doenças Inflamatórias Intestinais são a doença
de Crohn e a retocolite ulcerativa. Há também as chamadas “colites
indeterminadas” e, como o próprio nome indica, o diagnóstico não é objetivo,
conforme explica a médica e professora de gastroenterologia da Unigranrio Afya,
Dra. Daniela Nadruz. Apesar de compartilharem sintomas como dores abdominais,
sangramentos nas fezes e diarreia, por exemplo, cada doença tem as próprias
características e níveis. Enquanto os portadores de Crohn podem ter inflamações
por todo o trato digestivo, desde os tecidos do intestino até o ânus, os que
sofrem com a retocolite ulcerativa têm problemas que afetam o intestino grosso
e o reto, no geral. Outra diferença está na faixa etária: a doença de Crohn se
manifesta mais em pessoas no fim da adolescência e até a idade adulta, com
picos entre 15 e 35 anos; já a retocolite tem maior incidência após os 30 anos
e tem pico entre os 50 e 60 anos.
Como lidar com as DIIs
É preciso ficar de olho em sintomas recorrentes, como
desconfortos abdominais, diarreia crônica – fezes pastosas ou líquidas por mais
de 1 mês, acompanhadas ou não de muco ou sangue –, dor nas articulações e
possíveis alterações emocionais. A médica gastroenterologista e professora da
Unigranrio Afya, Daniela Nadruz, ressalta a importância de buscar ajuda de um
especialista assim que a pessoa notar comportamentos do corpo dentro desse
quadro:
“O diagnóstico precoce evita, sobretudo, que as complicações
dessas doenças evoluam e atrapalhem a contenção de riscos, já que não há cura.
É preciso instituir o tratamento prévio para adequar remédios, evitar cirurgias
e garantir o sucesso na qualidade de vida do paciente. Os avanços recentes com
medicamentos imunobiológicos estão melhorando a resposta terapêutica também,
percebemos que os portadores das DIIs estão levando vidas normais”, declara
Nadruz.
Não há mistérios para uma vida
saudável: uma dieta equilibrada e personalizada por especialistas para cada
caso, a prática constante de exercícios físicos e a atenção para uma rotina de
cuidados médicos, como exames e consultas de checagem são importantes também
para quem sofre com as Doenças Inflamatórias Intestinais.
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