Pesquisa "Sexualidade e Saúde da Mente" inspira reflexões sobre o impacto da orientação sexual na vida profissional
A pesquisa realizada
pela NOZ Inteligência em parceria com o Instituto Bem do Estar trouxe à tona
uma análise profunda sobre a interseção entre sexualidade, identidade de
gênero, saúde e ambiente de trabalho, revelando nuances importantes que
influenciam a percepção e as escolhas pessoais e profissionais de indivíduos
LGBTQIAPN+ e cisgêneros heterossexuais pela sociedade. Por Juliana Vanin
O ambiente de trabalho, como uma das principais
instituições sociais, reflete e reproduz as dinâmicas da sociedade em que está
inserido. Neste panorama, as questões de gênero, classe, raça, origem social e
sexualidade são suscetíveis a violências e discriminações no contexto laboral.
Com o intuito de investigar o impacto da orientação sexual em diferentes
dimensões do cotidiano dos brasileiros, inclusive na vida profissional, o
estudo "Sexualidade e Saúde da Mente" – composto por uma pesquisa
quantitativa com 1.408 participantes e análises qualitativas com 15
especialistas e 30 entrevistas em profundidade - trouxe dados relevantes que sustentam
conclusões sobre a temática.
Cerca de 34% dos entrevistados LGBTQIAPN+, por
exemplo, concordam que a sexualidade deles influencia diretamente no
reconhecimento profissional; 20% concordam parcialmente com essa afirmação,
destacando a necessidade premente de abordar questões de inclusão e equidade no
ambiente de trabalho. De qualquer forma, fica nítido que é fundamental que as
empresas reconheçam e enfrentem essas questões, promovendo um ambiente de
trabalho que seja verdadeiramente inclusivo e respeitoso com a diversidade de
identidades e experiências.
A pesquisa aponta, ainda, para uma significativa
diferenciação na percepção da sociedade em relação à sexualidade e à
identidade de gênero entre diferentes grupos. Entre os entrevistados, 77% dos
participantes LGBTQIAPN+ concordam plenamente que a própria sexualidade
desempenha um papel crucial na forma como são vistos pela sociedade – e em seus
relacionamentos pessoais. Apesar de alto, esse número cai para 56% entre os
participantes cisgêneros heterossexuais.
Além dos dados quantitativos, as entrevistas em
profundidade forneceram relatos valiosos sobre a construção da identidade e
seus efeitos na saúde integral. Entre os depoimentos, surgiram preocupações
sobre falta de reconhecimento, assédio e constrangimento enfrentados por
pessoas LGBTQIAPN+ no ambiente profissional. Diante dessa e de outras
conclusões, o estudo "Sexualidade e Saúde da Mente" destaca a
importância de abordar esses temas não apenas por uma questão de justiça
social, mas também como um imperativo para a promoção da saúde mental dos
colaboradores. A discriminação e o preconceito no ambiente de trabalho podem
ter sérios impactos na saúde mental dos funcionários, contribuindo para o
estresse, a ansiedade, depressão e outros transtornos psicológicos.
Nesse contexto, torna-se evidente a importância de
as organizações implementarem políticas e práticas que promovam a inclusão, a
diversidade e o respeito às diferentes identidades. Isso inclui a realização de
treinamentos sobre diversidade e sensibilidade cultural, a criação de canais de
denúncia para casos de discriminação e assédio, e o estabelecimento de medidas
concretas para garantir a igualdade de oportunidades no local de trabalho.
Ao reconhecer e valorizar a diversidade, as
empresas não apenas fortalecem sua cultura organizacional e melhoram sua
reputação, mas também contribuem para o bem-estar e a saúde mental de seus
colaboradores. Somente através do compromisso com a igualdade e a inclusão
podemos construir ambientes de trabalho mais saudáveis e sociedades mais justas
para todos.
Sobre o estudo - O Instituto Bem do Estar em parceria com a NOZ Inteligência lançou o
livro Sexualidade e Saúde da Mente - Um estudo de seus impactos no indivíduo e
na sociedade, que está disponível gratuitamente para download
em https://www.nozinteligencia.com.br/sexualidadeesaudedamente.
Um dos principais objetivos do estudo é contribuir com informações públicas
qualificadas além de informações de como, quando e onde buscar orientações
sobre sexualidade e saúde da mente.
Juliana Vanin - Em 2015, fundou a NOZ após ter atuado por 10 anos como gestora da área de Inteligência de Negócio. Juliana é economista formada pela Universidade de São Paulo (USP); pós-graduada em Finanças pelo Insper; especialista em Pesquisa de Mercado e Inteligência de Negócios. Tem estudado temas como Coolhunting: Pesquisa de Consumo, Inovação e Tendência de Mercado; Julgamento, Decisão e Escolha; Economia Comportamental e Psicologia.
Instituto Bem do Estar
www.bemdoestar.org
NOZ Inteligência
www.nozinteligencia.com.br
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