Foto ilustrativa Freepik |
Abrindo 2024, o Conselho Nacional de Educação – CNE, apresentou à
sociedade o parecer orientador nº 50 que traz o estudo técnico “NORTEAR:
Orientações para o Atendimento Educacional ao Estudante com Transtorno do
Espectro Autista” endereçado os sistemas municipais, estaduais e
federais de ensino, além de setores como judiciário, executivo e legislativo,
famílias e pessoas com autismo. O documento pretende tirar o Brasil de um
cenário excludente e tem potencial para fazê-lo!
Contando a participação de órgãos de defesa,
entidades da sociedade civil, das famílias e de pessoas com autismo durante as
reuniões itinerantes, o parecer teve aprovação unânime. Com foco no acesso, permanência,
participação e aprendizagem o documento apresenta 5 garantias
fundamentais.
A primeira é que ele reforça a importância da
atuação conjunta da escola, das famílias, e dos estudantes com autismo para o
planejamento educacional e deixa explícito o direito ao Plano de Atendimento
Educacional Especializado – PAEE e ao Plano Educacional Individualizado – PEI,
sendo o único documento em vigência no Brasil que resguarda o direto ao PEI com
base no Comentário nº 04 da ONU.
A segunda é a valorização do processo educativo,
reforçando a dispensa do Laudo Médico para a realização do Atendimento
Educacional Especializado e a prevalência do cunho educacional na deliberação
sobre a retirada de barreiras, o desenho universal e as adaptações razoáveis.
Já a terceira garantia é inédita e aborda a
importância de protocolos de conduta para proteção e apoio aos estudantes com
autismo na sua diversidade.
Ao tratar sobre as bases para formação dos
professores e demais profissionais da educação o documento apresenta uma quarta
garantia fundamental e reforça o salto civilizatório de acreditar na ciência
neste processo.
Por fim, a quinta garantia é a reafirmação da
importância do Direito Humano a Educação com acesso, permanência, participação
e aprendizagem para todos, além de avaliação biopsicossocial e valorização da
educação como fator de transformação social.
Pautado na perspectiva de um direito humano e
fartamente fundamentado nas legislações, o parecer orientador fura a bolha da
invisibilidade sendo o primeiro documento com repercussão nacional e que foi
organizado e produzido por pessoas diretamente ligadas ao tema do autismo.
Sensível a diversidade do nosso país, o documento
reúne especialistas de todas as regiões e de diversas universidades públicas e
considera temas como gênero e o autismo em mulheres, primeira infância, raça,
localização geográfica e demais fatores que podem alterar a realidade desses
alunos.
Há menos de 10 dias para o início das aulas na
maioria das redes educacionais no país, e sem qualquer outro documento que hoje
garanta as orientações como as contidas no Parecer do CNE, o sentido é de
urgência.
Trabalhar pela sua divulgação para que este chegue
cada vez mais a todos que dele precisam conhecer e torná-lo efetivo é um
compromisso inadiável com o futuro e com a inclusão!
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