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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

'Síndrome da classe econômica' é mais comum durante as férias

Mal pode causar embolia pulmonar e está associado ao longo tempo sem movimentar as pernas em viagens de aviões, trens e até automóveis 

 

O período das férias é de alegria e de diversão e, muitas vezes, tudo isso está associado a viagens, seja de ônibus, de carro ou até mesmo de avião. Porém, o longo tempo sentado, sem se mexer, durante a viagem pode trazer prejuízos à saúde. A síndrome da classe econômica é nome popular associado à trombose venosa profunda que pode acometer qualquer pessoa.

Embora esteja associada a viagens de avião, esse tipo de doença também é descrita em outros meios de transporte. “Não importa qual é o meio, o que é relevante para o surgimento dessa doença é o longo período sem a movimentação adequada nas pernas. Muitas vezes as pessoas viajam comprimidas em poltronas e há, portanto, falta de circulação sanguínea. Esse é o gatilho para o surgimento dos trombos”, explica o cirurgião vascular Francisco Simi.   

Simi aponta que, com a circulação adequada comprometida nas pernas, aumenta a pressão venosa e coágulos começam a circular pelo corpo. O risco é que eles cheguem, por exemplo, aos pulmões. “O risco é enorme! Os pulmões, assim como os outros órgãos, precisam receber sangue oxigenado. O coágulo é um impedimento das funções orgânicas normais. Há sim um risco de morte muito grande por embolia pulmonar”, reforça o médico.


PERIGO

Embora a doença não tenha um público determinado, pessoas que já possuem histórico de varizes e pacientes em tratamento de câncer são as mais propensas a desenvolverem a síndrome durante uma viagem de longa duração. “Também os cardiopatas precisam ficar atentos! Pacientes com antecedente de trombose nos membros inferiores ou que tiveram fraturas recentes nas pernas e mulheres que fazem uso de contraceptivo, inclusive, podem desenvolver a síndrome com mais facilidade”, alerta.


ORIENTAÇÕES

As principais orientações para evitar esse tipo de doença durante as viagens, ou em qualquer outra situação que envolvam longos períodos sem a movimentação adequada para favorecer a circulação sanguínea, é fazer pequenos exercícios. “Busque sempre levantar-se e caminhar um pouco pelo corredor, movimentar os pés. Essas pequenas atividades podem ajudar bastante”, orienta Simi. Outras dicas importantes:

  • Movimentar os dedos dos pés com frequência;
  • Simular uma caminhada, movimentando as pernas;
  • Manter-se sempre hidratado para evitar hemoconcentração (“engrossamento” do sangue);
  • Evitar bebidas alcoólicas;
  • Usar meias de compressão, sempre com indicação médica.

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