Hidrogênio verde é entendido como um dos principais caminhos para substituir os combustíveis fósseis, gerando grande impacto financeiro e estabelecendo conceitos importantes para este mercado no Brasil
“Os desafios da produção de hidrogênio verde estão em várias frentes, mas uma delas é, sem dúvida, a questão regulatória. Quanto mais estabelecido e claro estiver este segmento, maior o potencial de atração de investidores e de investimentos necessários neste momento de discussão sobre a transição energética. Por isso, o marco legal é importante na corrida dos países para produção e exportação de energia renovável”, diz Nathalia Lima Barreto, advogada especializada em direito ambiental do escritório Razuk Barreto Valiati.
O
hidrogênio é produzido a partir da eletrólise da água, com baixa ou zero
emissão de carbono em seu processo produtivo. No entanto, para obter o selo de
“hidrogênio verde”, é preciso garantir que o combustível seja oriundo de fontes
renováveis (água, sol e vento, por exemplo).
O
que diz o Marco Legal
Entre as principais medidas do texto, estão a criação da Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, que vai regular este mercado no país. O PL também define que a governança do setor estará sob a responsabilidade da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os produtores ainda poderão aderir ao Sistema Brasileiro de Certificação do Hidrogênio, voltado à promoção de seu uso de forma sustentável. A iniciativa cria o Rehidro, o Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio, com o propósito de garantir desenvolvimento tecnológico e industrial, competitividade e agregação de valor às cadeias produtivas, estabelecendo regras de certificação e regulação para as empresas do segmento.
“A produção dos hidrogênios verde, renovável ou de baixo carbono passa a ser atrativa para o mercado com as demandas crescentes dos stakeholders para implantação de programas de descarbonização e ampliação das energias renováveis. Dessa forma, é importante que a legislação brasileira estabeleça conceitos e definições precisas sobre o hidrogênio verde, políticas de incentivo, além de diretrizes, trazendo segurança jurídica ao negócio”, ressalta Nathalia.
Outro ponto destacado por Nathalia é que diversos países do mundo estão buscando fontes renováveis de energia. A União Europeia busca atingir a neutralidade climática até 2050. Por isso, é fundamental que o Brasil busque a consolidação de parcerias que podem trazer investimentos para a viabilidade e sustentação de uma cadeia produtiva no país.
Possíveis aplicações do hidrogênio verde
Ainda
desconhecido de boa parte da população, o hidrogênio verde é visto como uma das
soluções mais viáveis para substituir os combustíveis fósseis devido à
versatilidade e à confiabilidade. Sua aplicação é vista como fundamental em
algumas frentes:
1. Transporte, pois pode
ser usado para carros, navios e até mesmo como combustível de aviação.
2. Aquecimento: diversos
países dependem do gás para manter a temperatura de ambientes. Trata-se de um
caminho seguro para diminuir a dependência deste combustível fóssil.
3. Insumo para a
indústria: pode ser aplicado como matéria-prima para diferentes plantas, além
de ser incorporado a processos relacionados à produção de aço, de cimento, de
papel, de alumínio, entre outros.
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