A hanseníase é uma enfermidade caracterizada por alguns sintomas, tais como manchas avermelhadas na pele. Crédito (fotos):prefeitura de Maceió/divulgação |
Pais é o segundo do mundo em número de casos, perdendo apenas para a Índia. Especialista ressalta a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado.
O ano começou e, com ele, um alerta para a saúde do corpo. Uma das enfermidades relativas à pele que mais acometem pessoas em diversas faixas etárias é a hanseníase. A enfermidade se caracteriza por ser uma doença infecciosa, transmissível e de caráter crônico e persistente, tida como um problema de saúde pública no Brasil.
Pensando em alertar as pessoas para a importância do diagnóstico
precoce, foi criado o janeiro roxo, mês de prevenção e
conscientização contra a hanseníase. No Brasil, apesar de haver um maior
controle sobre a doença, ainda há dados preocupantes. De acordo com informações
do último Boletim Hanseníase, do Ministério da Saúde, relativos ao
ano de 2023, somente entre os anos de 2017 e 2021 foram notificados 119.698
casos. Desses, 66.613 novos casos ocorreram entre pessoas do sexo masculino, o
que corresponde a 55,7% do total, reforçando uma tendência da doença em homens.
Essa predominância foi observada na maioria das faixas etárias e anos da
avaliação, com maior frequência nos indivíduos entre 50 a 59 anos, totalizando
23.192 casos novos.
O agente etiológico é o bacilo Mycobacterium leprae, um bacilo que afeta principalmente os nervos periféricos, olhos e pele. A doença atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias, podendo apresentar evolução lenta e progressiva e, quando não tratada ou tardiamente tratada, é passível de causar deformidades e incapacidades físicas, muitas vezes irreversíveis.
De acordo com a médica dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Distrito Federal (SBD DF), Luanna Portela, locais como a pele, os nervos periféricos e mucosas estão entre os mais afetados pela doença, principalmente manifestando-se em diferentes formas clínicas. “A transmissão da hanseníase ocorre principalmente por via respiratória, através de secreções nasais e gotículas de pessoas infectadas. Embora seja de baixa contagiosidade, a transmissão pode ocorrer em contatos prolongados e íntimos. Medidas de precaução, como o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, reduzem significativamente o risco de transmissão”, pondera a especialista.
Ainda, de acordo com a profissional, entre os sinais de alerta,
estão manchas na pele, com alteração de sensibilidade, podendo haver casos como
dormência, formigamento e redução da força. “E também podem surgir nódulos e
deformidades nas extremidades. A busca por avaliação médica é crucial diante
desses sintomas”.
Tratamento
A boa notícia é que, diferentemente de anos atrás, quando a doença era tida como incurável, além de ser muito estigmatizada (era conhecida como lepra, até ganhar a denominação de “hanseníase” em 1995), o tratamento envolve o uso de antibióticos específicos, em esquemas combinados, que são fornecidos pelo Governo. O tratamento prolongado é essencial para evitar resistência e recorrência.
Por fim, a profissional ressalta o papel do dermatologista no
diagnóstico e tratamento da hanseníase, contribuindo para a conscientização
sobre a doença. “A rede de apoio, incluindo profissionais de saúde como
enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais e outros da comunidade deve
desempenhar um papel educativo para combater o estigma associado à doença , promovendo
uma visão mais informada e inclusiva na sociedade” , completa.
Saiba mais: os dados sobre a Hanseníase no Brasil
- 212.069 casos identificados entre 2012 e 2021
- 60% dos novos casos identificados no Sudeste
- O DF está entre as unidades federativas com o menor número de
casos, não chegando a 200.
- Em 2022, foram registrados 645 casos em menores de 15 anos, o
que equivale a 4,3% do total de casos.
Fonte: Boletim
Epidemiológico da Hanseníase. Ministério da Saúde. Brasil, 2023.
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