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quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Janeiro Roxo: Mês de conscientização chama a atenção para o diagnóstico e prevenção da hanseníase no Brasil

 

A hanseníase é uma enfermidade caracterizada
por alguns sintomas, tais como manchas
 avermelhadas na pele.
Crédito (fotos):prefeitura de Maceió/divulgação

Pais é o segundo do mundo em número de casos, perdendo apenas para a Índia. Especialista ressalta a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado.


 O ano começou e, com ele, um alerta para a saúde do corpo. Uma das enfermidades relativas à pele que mais acometem pessoas em diversas faixas etárias é a hanseníase. A enfermidade se caracteriza por ser uma doença infecciosa, transmissível e de caráter crônico e persistente, tida como um problema de saúde pública no Brasil. 

Pensando em alertar as pessoas para a importância do diagnóstico precoce, foi criado o janeiro roxo, mês de prevenção e conscientização contra a hanseníase. No Brasil, apesar de haver um maior controle sobre a doença, ainda há dados preocupantes. De acordo com informações do último Boletim Hanseníase, do Ministério da Saúde, relativos ao ano de 2023, somente entre os anos de 2017 e 2021 foram notificados 119.698 casos. Desses, 66.613 novos casos ocorreram entre pessoas do sexo masculino, o que corresponde a 55,7% do total, reforçando uma tendência da doença em homens. Essa predominância foi observada na maioria das faixas etárias e anos da avaliação, com maior frequência nos indivíduos entre 50 a 59 anos, totalizando 23.192 casos novos. 

O agente etiológico é o bacilo Mycobacterium leprae, um bacilo que afeta principalmente os nervos periféricos, olhos e pele. A doença atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias, podendo apresentar evolução lenta e progressiva e, quando não tratada ou tardiamente tratada, é passível de causar deformidades e incapacidades físicas, muitas vezes irreversíveis. 

De acordo com a médica dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Distrito Federal (SBD DF), Luanna Portela, locais como a pele, os nervos periféricos e mucosas estão entre os mais afetados pela doença, principalmente manifestando-se em diferentes formas clínicas. “A transmissão da hanseníase ocorre principalmente por via respiratória, através de secreções nasais e gotículas de pessoas infectadas. Embora seja de baixa contagiosidade, a transmissão pode ocorrer em contatos prolongados e íntimos. Medidas de precaução, como o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, reduzem significativamente o risco de transmissão”, pondera a especialista. 

Ainda, de acordo com a profissional, entre os sinais de alerta, estão manchas na pele, com alteração de sensibilidade, podendo haver casos como dormência, formigamento e redução da força. “E também podem surgir nódulos e deformidades nas extremidades. A busca por avaliação médica é crucial diante desses sintomas”.

 

Tratamento

A boa notícia é que, diferentemente de anos atrás, quando a doença era tida como incurável, além de ser muito estigmatizada (era conhecida como lepra, até ganhar a denominação de “hanseníase” em 1995), o tratamento envolve o uso de antibióticos específicos, em esquemas combinados, que são fornecidos pelo Governo. O tratamento prolongado é essencial para evitar resistência e recorrência. 

Por fim, a profissional ressalta o papel do dermatologista no diagnóstico e tratamento da hanseníase, contribuindo para a conscientização sobre a doença. “A rede de apoio, incluindo profissionais de saúde como enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais e outros da comunidade deve desempenhar um papel educativo para combater o estigma associado à doença , promovendo uma visão mais informada e inclusiva na sociedade” , completa.

 

Saiba mais: os dados sobre a Hanseníase no Brasil 

  • 212.069 casos identificados entre 2012 e 2021
  • 60% dos novos casos identificados no Sudeste
  • O DF está entre as unidades federativas com o menor número de casos, não chegando a 200.
  • Em 2022, foram registrados 645 casos em menores de 15 anos, o que equivale a 4,3% do total de casos.

 

Fonte: Boletim Epidemiológico da Hanseníase. Ministério da Saúde. Brasil, 2023.


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