Estudo realizado
em 16 países por oito anos foi coliderado pelo cardiologista e pesquisador
brasileiro Renato Lopes, fundador do Brazilian Clinical Research Institute
(BCRI)
O
anticoagulante apixabana reduziu o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e
de coagulação sanguínea em 37% dos pacientes com um tipo de arritmia cardíaca
(a fibrilação atrial subclínica) detectável apenas por dispositivo cardíaco
implantado - como o marca-passo. Em casos de AVCs fatais ou incapacitantes, a
diminuição do risco foi de 49%. É o que concluiu o estudo global ARTESiA, que
envolveu mais de 4 mil participantes de 16 países e foi coliderado pelo
cardiologista e pesquisador brasileiro Renato Lopes, fundador do Brazilian
Clinical Research Institute (BCRI). A pesquisa foi publicada no dia 12 de
novembro no New England Journal of Medicine (NEJM) e apresentada
simultaneamente no congresso da American Heart Association.
A
fibrilação atrial é o tipo mais comum de arritmia cardíaca. Segundo a Sociedade
Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), é a principal causa cardíaca de
AVCs graves na prática clínica e tem incidência em 2,5% da população mundial, o
equivalente a 175 milhões de pessoas. “Nosso estudo demonstra de maneira
contundente que o uso de anticoagulação oral, como a apixabana, em doentes que
tem fibrilação atrial subclínica (mesmo com episódios curtos), ou seja, sem
sintomas, reduz o risco de AVCs, particularmente os fatais e incapacitantes”,
explica Lopes, que também é professor de medicina no Duke University Medical
Center, nos EUA.
O fundador
do BRCI também fala sobre as perspectivas de prevenir episódios críticos de AVC. “Temos um potencial gigante a longo prazo, tendo em vista
que as tecnologias seguem avançando e cada dia mais vemos o uso de dispositivos
wereables
e de modernos monitores cardíacos implantados que são capazes de diagnosticar
com precisão a fibrilação atrial. Isso nos permite vislumbrar um futuro onde
indivíduos sob risco de AVC possam receber tratamentos para preveni-los”.
O estudo
foi uma colaboração acadêmica entre o Duke Clinical Research Institute da
Duke University e o Population Health Research Institute (PHRI), institutos de
pesquisa líderes na área de cardiologia e ensaios clínicos no mundo.
Grupo MD
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