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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Anticoagulante reduziu em 49% o AVC fatal ou incapacitante nesses pacientes, conclui maior estudo do mundo sobre arritmia cardíaca subclínica

Estudo realizado em 16 países por oito anos foi coliderado pelo cardiologista e pesquisador brasileiro Renato Lopes, fundador do Brazilian Clinical Research Institute (BCRI)


O anticoagulante apixabana reduziu o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e de coagulação sanguínea em 37% dos pacientes com um tipo de arritmia cardíaca (a fibrilação atrial subclínica) detectável apenas por dispositivo cardíaco implantado - como o marca-passo. Em casos de AVCs fatais ou incapacitantes, a diminuição do risco foi de 49%. É o que concluiu o estudo global ARTESiA, que envolveu mais de 4 mil participantes de 16 países e foi coliderado pelo cardiologista e pesquisador brasileiro Renato Lopes, fundador do Brazilian Clinical Research Institute (BCRI). A pesquisa foi publicada no dia 12 de novembro no New England Journal of Medicine (NEJM) e apresentada simultaneamente no congresso da American Heart Association. 

A fibrilação atrial é o tipo mais comum de arritmia cardíaca. Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), é a principal causa cardíaca de AVCs graves na prática clínica e tem incidência em 2,5% da população mundial, o equivalente a 175 milhões de pessoas. “Nosso estudo demonstra de maneira contundente que o uso de anticoagulação oral, como a apixabana, em doentes que tem fibrilação atrial subclínica (mesmo com episódios curtos), ou seja, sem sintomas, reduz o risco de AVCs, particularmente os fatais e incapacitantes”, explica Lopes, que também é professor de medicina no Duke University Medical Center, nos EUA.  

O fundador do BRCI também fala sobre as perspectivas de prevenir episódios críticos de AVC. “Temos um potencial gigante a longo prazo, tendo em vista que as tecnologias seguem avançando e cada dia mais vemos o uso de dispositivos wereables e de modernos monitores cardíacos implantados que são capazes de diagnosticar com precisão a fibrilação atrial. Isso nos permite vislumbrar um futuro onde indivíduos sob risco de AVC possam receber tratamentos para preveni-los”.  

O estudo foi uma colaboração acadêmica entre o  Duke Clinical Research Institute da Duke University e o Population Health Research Institute (PHRI), institutos de pesquisa líderes na área de cardiologia e ensaios clínicos no mundo.  

 

Grupo MD

 

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