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sexta-feira, 23 de junho de 2023

Seis em cada dez brasileiros sofrem de dores lombares

Número de pessoas com lombalgia em todo o mundo pode chegar a 843 milhões em 2050


Quem parar para pensar, certamente conhece alguém que sofre de lombalgia. Ou dor na lombar, como é popularmente conhecida. A doença é mais comum do que se imagina e de acordo com um artigo recém publicado pela revista The Lancet, do Reino Unido, a quantidade de pessoas em todo o mundo que sofrem desse mal pode chegar a 843 milhões em 2050.

 

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados em 2021, mostram que 83% da população mundial sofre com dores na lombar, cerca de 619 milhões de pessoas. No Brasil, uma pesquisa da Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID) revelou que seis em cada dez brasileiros apresentam lombalgia.

 

O fisioterapeuta Jorge Luis, do Instituto Pierin, explica que as causas para o aumento dos casos de dor lombar são multifatoriais e podem variar de pessoa para pessoa, já que acomete todas as faixas etárias, desde jovens até idosos.

 

“No entanto, existem algumas faixas etárias que são consideradas mais propensas a desenvolver dor na lombar, sendo os adultos jovens, dos 30 aos 50 anos. Nessa fase da vida, muitos indivíduos estão envolvidos em atividades físicas intensas, como levantamento de peso, exercícios vigorosos ou esportes de impacto, o que aumenta o risco de lesões na coluna vertebral”, explica.

 

O ortopedista e traumatologista Gabriel Bessa Gomes, é membro titular da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), e enfatiza as principais causas da dor na lombar, que são multifatoriais: “disparadamente o sedentarismo corresponde à principal causa de dor lombar. Os principais fatores são sedentarismo, obesidade, tabagismo e problemas emocionais como stress, por exemplo”.

 

Os impactos que dores lombares podem causar na vida das pessoas são inúmeros e bastante significativos. Jorge lista alguns deles:

 

  1. Limitação das atividades diárias: A dor lombar pode dificultar ou limitar a capacidade de realizar atividades diárias, como caminhar, subir escadas, levantar objetos, se vestir ou até mesmo sentar-se por longos períodos de tempo. Isso pode afetar a independência e a qualidade geral de vida.
  2. Restrição na mobilidade: A dor lombar pode levar à restrição da mobilidade, tornando difícil realizar movimentos simples, como dobrar, girar ou esticar o corpo. Isso pode limitar a participação em atividades sociais, recreativas e esportivas, levando a uma redução na qualidade de vida e isolamento social.
  3. Impacto no sono: A dor lombar muitas vezes interfere no sono, tornando difícil encontrar uma posição confortável para dormir. A falta de sono de qualidade pode levar a irritabilidade, dificuldade de concentração e problemas de saúde relacionados.
  4. Impacto emocional e psicológico: A dor crônica na lombar pode causar estresse, ansiedade, depressão e irritabilidade. A persistência da dor e suas limitações podem levar a alterações no humor, diminuição da autoestima, dificuldades emocionais e redução da qualidade de vida global.
  5. Impacto nas relações sociais: A dor lombar pode afetar as relações sociais e familiares, uma vez que as pessoas podem se sentir limitadas em suas atividades e participação em eventos sociais. A incapacidade de participar de atividades sociais e de lazer pode levar a sentimentos de isolamento e frustração.

 

“É importante ressaltar que o impacto da dor lombar na qualidade de vida pode variar de pessoa para pessoa, dependendo da gravidade da dor, do suporte social disponível, do acesso a cuidados de saúde adequados e de outros fatores individuais”, alerta o fisioterapeuta.

 

Existem várias medidas que podem ser adotadas para ajudar a prevenir casos de dor na lombar. Gabriel Bessa ressalta a atividade física regular e a manutenção de hábitos de vida saudáveis, que comprovadamente são as principais ações protetoras.

 

“Quem sentir qualquer desconforto na região lombar deve procurar um especialista para o tratamento, que pode variar dependendo da causa subjacente, da gravidade dos sintomas e das necessidades individuais”, complementa Jorge.

 

Gabriel Bessa fala ainda sobre a importância de reconhecer os sinais de alerta para dor lombar, visto que dor lombar é um sintoma. Esses sinais, chamados de “RED FLAGS”, correspondem a 1% dos casos, e necessitam de avaliação especializada com prioridade.

 

“Entre esses sinais estão a perda de peso não intencional, histórico de câncer pessoal ou na família, dor constante que não melhora ao repouso ou a noite, ausência de melhora dos sintomas no período de 1 mês, trauma recente, uso de esteróides e imunossupressores por longos períodos, idade inferior a 20 anos ou acima de 55 anos e febre”. 

 

Assim, é sempre recomendado buscar orientação multidisciplinar adequada para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento personalizado. Os tratamentos mais comuns para aliviar a dor na lombar, que estão disponíveis no Instituto Pierin, incluem:

 

  1. Fisioterapia: A fisioterapia desempenha um papel importante no tratamento da dor lombar. Os fisioterapeutas podem usar uma variedade de técnicas, como terapia manual, exercícios de fortalecimento e alongamento, terapia de calor, estimulação elétrica e educação postural para reduzir a dor, melhorar a função e prevenir recorrências.
  2. Pilates: O método Pilates é um sistema de exercícios que enfatiza o fortalecimento dos músculos centrais do corpo, incluindo os músculos das costas e do abdômen. A prática regular de Pilates pode ajudar a melhorar a postura, fortalecer os músculos estabilizadores da coluna vertebral e aliviar a dor lombar.
  3. Abordagens ergonômicas: A ergonomia se concentra na adaptação do ambiente de trabalho e das atividades diárias para melhorar a postura e minimizar a carga sobre a coluna vertebral.


Instituto Pierin
Avenida Pedro Lessa, número 3097, no bairro do Embaré, em Santos
Instagram: @institutopierin


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