Opinião
A arte é uma linguagem que comunica e que expressa sensações, sentidos e se faz presente nas mais diversas situações do cotidiano. Desde bem pequeno, o indivíduo sente a composição artística através do tempo, quer seja pelos quadros na parede, nas visitas aos museus, nas visualizações de obras e telas expostas em templos, nas ruas, nas escolas e em diversos ambientes com cores, sensações e por que não, com amores.
Fazer arte é amar o que se vive, é viver exatamente
dos sentidos aguçados e motivados por familiares, amigos, professores, e
conhecer autores de obras que alcançam o mundo. Aquela que desenvolve, que
estimula criações e que expõe atitudes, hábitos e comportamentos. Com seu poder
criador e libertador tornou-se um poderoso recurso educativo a ser utilizado na
escola, na aprendizagem infantil e nas demais séries que se seguem. Na
pré-escola tem sido, em muitos casos, um suporte para atender vários
propósitos; entre cores, os estudantes vivenciam o trabalho em grupo, a
coletividade, a parceria e, principalmente, a redefinição de desenhos,
ilustrações e obras.
A escola observa que são bem relevantes os efeitos
que a arte proporciona, não só na educação, mas em várias áreas do
conhecimento; ela estimula, alegra, faz a criança descobrir novas sensações. Há
de se perceber o valor desse rico e poderoso instrumento pedagógico para a
aprendizagem. Ensinar utilizando-se da recriação faz com que o aluno faça uma
releitura e não copie o que se apresenta, mas, sim, seja condicionado por meio
de materiais e de diferentes suportes a produzir obras originais e próprias do
seu íntimo, dos seus anseios, do seu objetivo na criação.
Assim, a proposta do ateliê de arte é que seja
reservado um espaço para que o estudante expresse sua capacidade, sua aptidão
para algo. O seu desempenho fica na sua vontade, na sua determinação. É
cientificamente comprovado que a inteligência deve ser estimulada. Os cantos
nessa proposta são os espaços com giz, pincel, tintas, papel e cada aluno
deverá escolher um material e iniciar sua prática artística. Mas como fazer?
Lembre-se, as ideias fluem e a produtividade ocorre
de maneira natural, sem conflitos internos e externos. É para a escola que a
criança leva um pouco de seu ambiente cultural e é por meio dela que amplia
saberes e aprende conteúdos diferentes como base para sua educação global. A
escola obrigatória, que não é lúdica, não permite recursos cognitivos para que,
em sua perspectiva, faça com que as crianças pensem nela como algo que lhes
será bom. A criança vive o seu momento e o interesse é despertado pelas
atividades aplicadas; para ela, o que vale é o prazer, o desafio do momento; na
perspectiva de se extrair dela habilidades e peculiaridades, a alegria do
momento pode proporcionar a aprendizagem do futuro, e isso se faz pela arte.
Observar o estudante em sua criação é realmente
algo maravilhoso. Quando ele descobre que deve optar por um instrumento, um
material, logo se aciona um gatilho, e aqueles que ainda não sabem trabalhar de
maneira coletiva e ou na sua individualidade, o manuseio de um material
específico faz com que ele se limite. Então, sou a favor da criação, da
recriação, dos espaços, mas também do tempo do indivíduo, da sua maneira de vivenciar
o novo. Por exemplo, ao sugerir Vincent Van Gogh, um pintor impressionista, o
professor deve amar o que transmite, impressionar o aluno, citar a obra que o
pintor revelava a sua morte “Raízes de árvore”, ou a sua criação mais cara
“Noite Estrelada”, com certeza, aguça talentos, desvenda conteúdos e tem muito
mais explorações no espaço do ateliê. É um processo em construção, como nossa
vida, como nossos anseios, nossos amores. A arte é vida e a vida é pura arte!
Que se construam mais espaços, que se viva mais
esses espaços e que seja como um diário, onde o estudante, ao chegar, se
encontre nas cores, no ambiente e se encante, crie e recrie sua história, suas
vivências, seus momentos, mesmo que baseados em obras famosas, afinal, ele
também pode ser protagonista desse espaço.
Régis Maurício
Lopes - especialista em Artes Visuais, Arte Educação e Psicopedagogia, é
professor de Artes do Colégio Positivo
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