Aplicação de fertilizantes a taxas variáveis nas linhas de semeadura determinarão um alto impacto na produção agrícola com redução no uso de insumos e maior retenção de água no solo. Estudo da FertiSystem e Instituto Senai apontou em média, redução de 14,5% no fertilizante, sem perda de produtividade
Nas
próximas décadas os agricultores brasileiros terão o desafio de aumentar a
produtividade de suas lavouras nas mesmas áreas, garantindo a produção de
alimentos com sustentabilidade para atender à crescente demanda mundial. A
tarefa pode até não ser fácil, mas a solução pode estar muito mais próxima do
que se imagina, embaixo dos nossos pés, ou seja, no solo.
Os
solos são a reserva da maioria dos nutrientes essenciais para o crescimento e
desenvolvimento das plantas e a forma como estes são geridos terá um grande
impacto no crescimento das lavouras. Por isso, cada vez mais aumenta a
necessidade de redesenho do sistema de plantio direto aliado à aplicação de
fertilizantes a taxas variáveis nas linhas de semeadura.
Segundo
Evandro Martins, presidente da diretoria executiva do Parque Tecnológico do
Agro – Tecnoagro e presidente da FertiSystem, empresa brasileira que visa
revolucionar a forma de plantar com soluções inteligentes para o plantio, essa
nova modelagem ajudará a responder perguntas importantes, tais como: Precisa ou
não de fertilizantes na área analisada? Qual quantidade? Está em excesso?
“Temos que pensar da mesma maneira que funciona com os seres humanos. É preciso
também fazer o ‘exame de sangue’ no solo para saber sua condição e se está
saudável ou não”, diz.
A
variabilidade existente no solo é resultado da interação de diversos fatores,
tais como: relevo, material de origem e da relação/ação do homem nestas áreas,
principalmente através da prática agrícola. O uso excessivo de fertilizantes,
sem levar em consideração o que está disponível no solo e o que a cultura
realmente necessita, tem se tornado um problema recorrente e danoso em
cultivos. Assim causam impactos sociais, econômicos ao comprometer a
produtividade e também o elevado custo dos fertilizantes e ao meio ambiente por
contaminar o solo, as águas superficiais e subterrâneas.
De
acordo com Martins, desde 2016 a empresa vem desenvolvendo projetos de
disseminação da tecnologia embarcada em máquinas agrícolas. O objetivo sempre
foi, por meio de ferramentas tecnológicas, automatizar os processos, com foco
no plantio e no controle eletrônico da plantabilidade, buscando o uso racional
na aplicação e dosagem de sementes e fertilizantes a taxas variáveis,
rastreabilidade dos processos de campo, maior rentabilidade, redução de custos.
O
dosador FertiSystem é uma dessas soluções eficientes e sustentáveis.
Atualmente, o equipamento está presente em 95% das máquinas plantadeiras e
semeadoras do Brasil. Ou seja, das 25 milhões de toneladas de fertilizantes aplicados
na linha de semeadura para cultivo de grãos, cerca de 20,7 milhões, são
utilizados nas máquinas, e passam pelo dosador da FertiSystem, nas culturas de
soja, milho, arroz, algodão e trigo. “Esse dado expressivo nos remeteu a fazer
um estudo que é o projeto de trabalharmos a aplicação em taxa variável na linha
de semeadura do fertilizante. Em parceria com o Instituto Senai de São
Leopoldo/RS, colocamos um sistema de sensores e servo motores com o objetivo de
reduzir o percentual aplicado e aumentar a eficiência”, disse Martins.
Resultados
O
projeto envolveu o desenvolvimento do sensor, do hardware de controle e do
dispositivo, prevendo a melhor forma de acoplagem em maquinários mais antigos.
Nos
testes, a quantidade de fertilizante aplicado com o uso da tecnologia por taxa
variável foi de 11% a 18% menor que o da taxa fixa. Em média, a redução foi de
14,5% no fertilizante, sem perda de produtividade. Conseguiu-se produzir mais
com menos insumos. Vale lembrar que nesses últimos dois anos os fertilizantes
aumentaram 300%.
Tal
feito rendeu, inclusive, o reconhecimento no Prêmio Estratégia ODS Brasil 2022
como prêmio Top 10 à FertiSystem. Essa premiação mostra que a aplicação de
fertilizantes a taxas variáveis nas linhas de semeadura determinará um alto impacto
na produção agrícola sustentável. “Estamos criando dentro do nosso laboratório
de inovação disruptiva um cenário fantástico de uma solução que está vindo num
momento muito importante para o Brasil”, disse o executivo.
Esses
dados mostram que essa nova metodologia do redesenho do plantio direto é
economicamente importante ao produtor, pois usará muito menos fertilizante
associado a uma análise correta de solo. Outro ponto importante é da
produtividade vinculada a um solo saudável e a presença maior da água.
FertiSystem
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