Segundo
levantamento feito pelo Sebrae, cerca de 10,7% da população adulta do país
investiu, em 2021, em uma empresa da qual não era proprietário
Uma série histórica de pesquisas realizada pelo
Sebrae aponta que o Brasil é um dos países mais empreendedores do mundo. E, por
trás do desejo de ser dono do próprio negócio, é cada vez mais presente a
figura dos investidores informais. A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor
(GEM) revela que, no ano passado, o país alcançou a maior taxa de investidores
informais desde 2009, quando o levantamento dessa informação começou a ser
feito. Os dados mostram que, em 2021, cerca de 15 milhões de pessoas
(aproximadamente 10,7% da população adulta) investiu de forma informal em
alguma empresa da qual não era proprietário ou acionista.
Apesar do crescimento do volume de operações de
crédito bancário verificado nos últimos anos e do incremento de novas
alternativas de crédito, como as fintechs, o fato é que os empreendedores
brasileiros têm contado cada vez mais com o apoio de familiares, amigos,
conhecidos ou mesmo de outras pessoas que decidem investir nas empresas seja
para apoiar na criação/fortalecimento do negócio ou para obter algum resultado
financeiro.
O percentual de 10,7% de investidores informais de
2021 bateu o recorde anterior (de 2020), que foi de 6,6% da população adulta.
No sentido contrário, entretanto, o valor médio despendido pelos investidores
informais (R$ 15.188,20) foi significativamente menor que a média do ano
anterior, que foi de R$ 22.826,17.
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o
resultado da pesquisa GEM confirma um comportamento já identificado em outros
estudos do Sebrae, que mostra que os empreendedores brasileiros relutam na hora
de buscar o crédito pelos canais oficiais, seja pelas altas taxas de juros
praticadas, pela falta de garantias, pelo receio de não conseguir honrar a
dívida, entre outras razões. “Os dados apontam para a importância do país continuar
expandindo a política de crédito para as micro e pequenas empresas junto ao
setor bancário, bem como desenvolver novas alternativas como foram as Empresas
Simples de Crédito e, mais recentemente, as Fintechs”, comenta Melles.
Dados globais
A importância do investimento informal no Brasil,
torna-se ainda mais significativa, quando comparada com as demais 46 economias
participantes da pesquisa GEM 2021. Segundo o levantamento, o Brasil ocupou a
4ª posição geral dentre todos os países analisados.
Ao redor do mundo, o Chile figurou com o maior
percentual (21,9%) dentre todas as economias da pesquisa, seguido pela
Guatemala (13,3%), Arábia Saudita (12,3%) e Brasil (10,7%), as únicas economias
com valores superiores a 10%. Em contrapartida, a menor taxa de investidores
informais é encontrada na Índia, onde não foram encontrados investidores
informais, na amostra utilizada naquele país. Na sequência apareceram Romênia
(0,9%), Japão (1,3%), Itália (1,4%) e Hungria (1,5%).
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