Com emenda de Copa
do Mundo e as festas de final de ano, espera-se que aumente a intensidade do
uso de fogos de artifício.Criança Assustada
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Uma das características, inclusive presentes na
avaliação para o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é o Transtorno
do Processamento Sensorial e nele está presente a hiper ou hipossensibilidade
sensorial, ou seja, a reatividade aos estímulos sensoriais (tato, olfato,
paladar, visão, audição, propriocepção e sentido vestibular).
Uma das mais presentes e responsável por crises em
autistas é a hipersensibilidade auditiva, que é quando a criança apresenta
desconforto ou mostra-se assustada quando ouve sons altos. Existem relatos de
pessoas dentro do espectro que afirmam sentir dor física quando estão expostos
a barulhos altos. As crises geradas pela hipersensibilidade causam perturbação
excessiva com ações involuntárias como agressão ou autoagressão, crises de
choro, dores, entre outras reações.
De acordo com Livia Aureliano, psicóloga e diretora
do TatuTEA, é possível criar um ambiente mais acolhedor para ajudá-los a lidar
com eventos atípicos. “A criança autista lida melhor com a previsibilidade.
Antes de eventos incomuns, inclua de forma sutil situações semelhantes às que
ela vai passar e explique os motivos. Essa é uma forma simples e pode ser
eficiente para a criança compreender e ter mais controle sob suas emoções” –
comenta.
Embora a intervenção profissional seja primordial no controle de alguns aspectos do espectro, existem algumas técnicas fáceis que podem ser aplicadas pelos pais para prepará-los para situações de estresse. Algumas crianças conseguem se adaptar, outras precisam de estímulos diferentes e em alguns casos, a criança precisa ser acolhida e protegida. Algumas dicas simples podem reduzir as reações aos estímulos:
- Previsibilidade: Uma pessoa dentro do espectro autista tem dificuldades em lidar com tudo que foge à sua rotina. Por isso, a previsibilidade é uma estratégia que pode ser utilizada em diversas situações. No caso da hipersensibilidade auditiva, é possível prepará-lo para tais eventos, explicando quando e o motivo das pessoas soltarem fogos. Mostre vídeos e fotos de fogos de artificio, convide-o para conhecer os sons emitidos, permitindo que ele interaja, inclusive com a intensidade destes sons apresentados. Para isso, vá aos poucos e, avisando com antecedência que os vídeos terão sons e se a criança tiver curiosidade, permita que ela controle o volume, assim entenderá que é possível ter controle sobre as situações;
- Ofereça
fones de ouvido: Caso a previsibilidade ainda não controle as reações aos estímulos
sonoros, é possível providenciar um fone de ouvido para abafar o som
durante a queima de fogos. Outra sugestão é colocar um som ambiente
agradável, como músicas clássicas ou a preferência da criança em um volume
ameno;
- Crie
um ambiente seguro:Mesmo utilizando as estratégias acima, evite
expor a criança a aglomerações no momento da queima de fogos. Prepare um
cômodo para ficar com a criança durante o barulho;
- Explique
o que está acontecendo:Em qualquer situação é importante permitir que
a criança entenda o que está acontecendo no momento. Isso trará a ela mais
tranquilidade e confiança;
- Demonstre
afeto:Por
fim, é essencial proporcionar à criança segurança. Abraços apertados e
afetuosos podem causar a sensação de confiança, proteção e conforto,
ajudando-a no processo.
Estas dicas são importantes e podem ajudar as
famílias a lidarem com essas situações. No entanto, a terapeuta reconhece que o
uso de fogos de artifício faz parte da cultura e não deve ser excluído da vida
do autista, porém, deve-se evitar os sons altos, para que a população autista,
assim como outras pessoas sensíveis a sons, possam curtir os momentos de
festividade junto aos seus familiares sem sofrimento. A inclusão ocorre nos
detalhes e no dia a dia!
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