O fim do ciclo menstrual feminino pode
ser marcado por efeitos negativos sobre o bem-estar das mulheres; especialista
explica como aliviar esses distúrbiosCrédito: canva
Os sintomas da menopausa estão atrelados, em sua maioria, a
questões físicas que acometem as mulheres durante o período que marca o último
ciclo menstrual de suas vidas. No entanto, pouco se fala sobre como o
climatério pode afetar a saúde mental, já que um dos principais sintomas
apresentados neste período é a depressão, de acordo com o Dr. Sérgio
Rocha, médico psiquiatra e diretor da Clínica
Revitalis, referência em tratamento psicológico.
O bem-estar mental das mulheres está, desde a primeira menstruação, relacionado ao ciclo menstrual devido às variações hormonais provocadas por ele. Por vezes, acabam sofrendo de transtornos mentais específicos, como a disforia pré-menstrual e a depressão perinatal, entre outros. Por isso, não é diferente na menopausa, a qual é marcada por manifestações como a diminuição da libido, depressão e a “névoa mental”, podendo ser caracterizada por mudanças cognitivas e confusão mental e é causada pela baixa nos níveis de estrogênio no corpo.
Uma pesquisa realizada pela Newson Health Research and Education,
mostrou que 99% das mulheres considera que o declínio na saúde mental a
prejudica profissionalmente. Portanto, é importante entender que sintomas são
esses e se há maneiras de aliviá-los.
Como a menopausa impacta a saúde mental das mulheres?
Além dos sintomas da depressão, a redução da libido e a névoa
mental, a menopausa também pode ser marcada pela irritabilidade, principalmente
causada pelos sintomas físicos típicos do climatério, como é chamada a
transição fisiológica do período reprodutivo para o não reprodutivo na mulher.
“A mulher pode acabar se sentindo irritada mais frequentemente conforme os
sintomas do climatério aparecem, entre eles as ondas de calor, tonturas, suores
noturnos que prejudicam inclusive a qualidade do sono”, explica o psiquiatra.
Aliviando os sintomas
Felizmente, há formas de aliviar esses sintomas. Uma delas é
manter uma alimentação regrada e nutritiva. Nesse caso, é importante o
acompanhamento nutricional.
A saúde mental pode ser muito beneficiada por uma alimentação rica em nutrientes como os antioxidantes, apontou um estudo realizado na Universidade de Caxias do Sul. Segundo a pesquisa, mulheres com menor consumo de polifenóis e de vitaminas como a A, a B6 e a C apresentaram maior predominância de depressão. A explicação para isso é que os antioxidantes combatem o processo oxidativo do organismo, o qual está ligado ao estresse e à depressão.
Além da dieta, é recomendável fazer acompanhamento psicológico, garante o Dr. Sérgio. “Por se tratar de uma transição importante na vida da mulher e por estar comumente conjugada com outros transtornos mentais”, afirma o psiquiatra.
Não só, manter uma rotina regular de exercícios físicos pode ajudar no alívio do estresse e, por provocar a liberação de dopamina e serotonina, combate a depressão. “Movimentar o corpo pode ser o maior aliado da mulher no que diz respeito ao combate dos sentimentos indesejados que podem surgir durante a menopausa”, reitera o psiquiatra.
Dr. Sérgio Rocha - Médico especialista em Psiquiatria, fez
residência médica pela Marinha em 2006. Em 2007 fez pós graduação latu sensu em
Psiquiatria pela PUC-Rio, sendo convidado em 2009 para ser professor de
psicofarmacologia e coordenador da pós-graduação em Psiquiatria da PUC-Rio,
atuando assim até 2017. Também é mestre em Neurociências pela IAEU, BAR --
Espanha (2015), especialista em Dependência Química pela UNIFESP (2017) e pós
graduado em Psicopatologia Fenomenologica pela Santa Case de São Paulo (2019).
Atuou na Clínica Revitalis como Diretor Técnico desde sua fundação em 2013.
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