Créditos: Envato
Quedas,
intoxicação, aspiração de corpos estranhos e afogamentos estão entre casos mais
comuns de incidentes
O período de férias escolares para as crianças que
estão em casa faz com que elas se sintam livres para fazer o que quiserem.
Pular, dançar, correr, montar e desmontar brinquedos. Mas também se pendurar em
móveis, se aventurar pela cozinha, área de serviço, banheiro... E é aí que
moram os perigos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria,
por ano, ocorrem cerca de 200 mil acidentes domésticos envolvendo crianças. E,
nas férias escolares, as chances delas se acidentarem aumentam 25%, uma vez que
os pequenos permanecem mais tempo em casa. Quedas, queimaduras, intoxicação com
produtos de limpeza, aspiração de corpos estranhos e afogamentos são os
acidentes mais comuns.
Entre as crianças pequenas, uma das causas mais
frequentes desses incidentes é o sufocamento. “Isso acontece quando ocorre a
obstrução das vias respiratórias. Seja por brinquedos, objetos macios ou até
mesmo com algum alimento ou suco gástrico”, afirma Andrea Dambroski, médica do
Departamento de Saúde Escolar dos colégios do Grupo Positivo. “As crianças
menores são particularmente mais vulneráveis à sufocação porque as vias aéreas
superiores - boca, garganta, esôfago e traqueia - são pequenas. E, nessa fase,
elas têm a tendência natural de colocar objetos na boca, mas sem ter experiência
para mastigar e engolir. Além do que, os dentinhos são menores que os dos
adultos, o que dificulta a mastigação apropriada dos alimentos”, exemplifica.
Isso sem contar que a falta de habilidade de levantar a cabecinha ou se livrar
de lugares apertados coloca-as em grande risco.
Até os 4 anos de idade, as crianças ainda não têm
força suficiente para se levantar sozinha e capacidade de reagir rapidamente em
uma situação de risco. “Por isso, em caso de queda ou desequilíbrio, elas podem
se afogar até mesmo em recipientes pequenos com apenas dois centímetros e meio
de água”, esclarece.
Acidentes de trânsito também
são preocupação
Os acidentes de trânsito envolvendo crianças
ocorrem com mais frequência quando elas estão dentro de algum veículo; e, em
seguida, quando são pedestres e atropeladas. Esse tipo de acidente é a
principal causa de morte de crianças entre 5 e 14 anos. “As crianças são mais
vulneráveis a esses acidentes porque seus corpos são frágeis, ainda em
desenvolvimento. A pequena estatura as impede, muitas vezes, de enxergarem por
cima de veículos estacionados. E também ficam fora do campo de visão da maioria
dos motociclistas”, afirma. “Além disso, a criança tem uma capacidade visual
mais estreita do que a dos adultos e, muitas vezes, não consegue ver um carro
se aproximando, por exemplo”, alerta a especialista.
É importante ressaltar que, de acordo com a
legislação brasileira, até os 10 anos de idade as crianças devem ser
transportadas no banco traseiro do veículo, usando o cinto de segurança.
“Lembrando que, aquelas com menos de 7 anos e meio de idade precisam usar o
cinto de retenção como, por exemplo, o bebê-conforto, a cadeirinha, ou mesmo o
assento de elevação”, esclarece.
Medidas de segurança
Os acidentes domésticos estão entre as principais
causas de morbidade e mortalidade tanto na infância quanto na adolescência. Por
isso, algumas medidas de segurança podem ser adotadas em todas as faixas
etárias:
- Proteja todas as tomadas e interruptores para
evitar choques e queimaduras.
- Na cozinha, utilize, de preferência, as bocas de
trás do fogão e não deixe os cabos de panela para fora.
- Instale travas de segurança em gavetas e
armários.
- Se tiver persianas com cordas nas janelas,
instale uma trava de segurança nos cordões.
- Não deixe nenhum objeto pendurado ou com fio para
fora para evitar que a criança puxe e derrube o objeto em cima dela.
- Mantenha o balde ou a bacia com água ou produto
de limpeza longe do alcance das crianças.
- Coloque os medicamentos e produtos de limpeza em
frascos identificados, em armários fechados e inacessíveis para os pequenos.
- Faça uso de telas ou grades em janelas e vãos que
estejam desprotegidos, como laterais de escadas. E não deixe a criança sem a
presença de um adulto em hipótese alguma.
- Crianças brincando na água, seja na praia ou na
piscina, precisam de um adulto supervisionando de forma ativa e constante.
“Lembrando que o colete salva-vidas é o equipamento mais seguro para evitar
afogamento porque os outros são brinquedos infláveis”, esclarece. “Eles passam
uma falsa sensação de segurança, mas podem estourar ou virar a qualquer
momento”, avisa a especialista.
- Nunca deixe a criança com o uso de dispositivo de
retenção, como bebê-conforto ou cadeirinha, perto da água, pois elas podem cair
ou serem lançadas sem querer por outra criança.
- É fundamental supervisionar a alimentação das
crianças mais novas, evitando alimentos muito pequenos, redondos e/ou muito
duros para que não se engasguem. “Dessa forma, conseguimos garantir que elas
aproveitem as férias com bastante segurança”, finaliza.
Colégio Positivo
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