Opinião
The book is on the table, mas muito
mais do que isso. Hoje, a língua é uma commodity vital no mundo globalizado. A
economia baseada em serviços e informações faz exigências crescentes sobre as
habilidades linguísticas dos envolvidos, novas tecnologias e mídias mudam o
cenário cultural, a migração produz populações linguisticamente mais diversas
em todo o mundo. Esses desenvolvimentos mudam as condições em que línguas são
aprendidas e ensinadas.
A globalização e o ensino de línguas devem levar em
consideração as questões que esse processo traz para a jornada de aquisição de
uma língua adicional. Reunindo várias vertentes no debate da globalização, há
muito a ser explorado nos temas que vão da alfabetização ao bilinguismo e da
identidade à internet. As escolas que incluem uma jornada bilíngue em seus
currículos precisam olhar para bem além da sala de aula.
Aprender cores e contar até dez não pode mais ser o
objetivo de uma aula de inglês, por exemplo. Essa aula deve acomodar, também,
discussões sobre contextos e habilidades que podem ser explorados na relação
entre o aluno, seus pares e os outros, na vida de cada estudante, família e
comunidade local e global, da multiculturalidade à transdisciplinaridade.
Língua é o meio primário da interação social humana
e a interação é o meio pelo qual as relações sociais são construídas e
mantidas. E, embora ainda haja muita interação cotidiana dentro das redes
locais, como tem ocorrido ao longo da história humana, bilhões de pessoas em
todo o mundo também participam de redes que vão além do local. As novas
tecnologias de comunicação permitem que os indivíduos tenham intercâmbios regulares
com outros que nunca conhecerão pessoalmente.
A distância, sabemos, não é um problema para essas
redes não locais, mas a língua continua sendo uma questão de importância
prática. A comunicação global requer não apenas um canal compartilhado (como a
internet ou uma videoconferência), mas também um código linguístico
compartilhado. Para muitos intercambistas, os códigos relevantes terão sido
aprendidos em vez de adquiridos de forma nativa. Em muitos contextos, então, a
intensificação das relações sociais mundiais também intensifica a necessidade
de membros de redes globais desenvolverem competência em uma ou mais línguas
adicionais, ou dominar novas formas de usar idiomas que já conhecem. Ao mesmo
tempo, a globalização muda as condições em que ocorre o processo de ensino e
aprendizagem de idiomas.
Em escolas brasileiras que ofertam a possibilidade
de os alunos conviverem com uma língua adicional ao português, que na imensa
maioria é a inglesa, há uma oportunidade gigantesca para explorar dezenas de
contextos a partir de cada tema a ser trabalhado no cronograma anual. Além dos
tradicionais, muito bem compreendidos pela maioria dos professores, a criação
de vínculos com outras áreas do conhecimento, da exposição artística e cultural
de outros povos, do pensamento crítico com perguntas norteadoras e da
colaboração ao escutar, falar, compreender, argumentar e mediar, construindo
pontes entre indivíduos, núcleos sociais, comunidades e panoramas mundiais, são
extremamente relevantes e possíveis. Principalmente porque o inglês propicia um
infindável acesso para além do livro didático.
O protagonismo do docente de Língua Inglesa,
atualmente, não pode ficar somente no áudio e vídeo de um ponto gramatical ou
de uma celebração específica oriunda de países anglófonos com alguma canção
memorizada, por exemplo. É primordial aproveitar essa oportunidade para fazer a
diferença na vida dos alunos porque eles precisam ultrapassar os limites do
livro e da carteira, compreendendo o seu papel como cidadãos de um país
portadores de ferramentas que ecoem a sua voz para além das fronteiras.
Isso se faz com muita riqueza cultural e
linguística, que vai auxiliar a promover ainda mais a compreensão e a análise
crítica do que ocorre em outros lugares no planeta onde a vida se organiza de
forma diferente. Afinal, há muitas mesas e muitos conteúdos no mundo que são
trazidos até nós pelo inglês. Seize this time. The book is not only on this table.
Luiz
Fernando Schibelbain - gerente de conteúdo no PES English
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