Apesar da doença ser mais comum em
idosos, os sintomas não devem ser ignorados em qualquer faixa etária.
Oncologista tira principais dúvidas sobre o tema
Com uma maior prevalência em pacientes com idade superior a 55 anos, é
estimado que a cada ano do triênio 2020-2022 ocorram 10.640 novos casos de
câncer de bexiga no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Dos
diagnósticos, 7.590 são encontrados em homens e 3.050 em mulheres, indicando
7,23 novos casos a cada 100 mil pacientes do sexo masculino e 2,80 a cada 100
mil do sexo feminino.
No entanto, de acordo com a Dra. Pamela Carvalho Muniz, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, existem outros fatores de risco, além da idade, que podem colaborar para o surgimento do câncer de bexiga. "O tabagismo é um desses fatores; cerca de 50% a 70% dos casos da doença podem ocorrer devido ao hábito. Além disso, a exposição a diversos compostos químicos, como HPA, agrotóxicos, benzeno, entre outros, também contribuem para o desenvolvimento da neoplasia", explica.
A especialista aponta ainda sinais que trazem alerta para doenças no aparelho urinário, incluindo o câncer de bexiga. "Em estádio inicial, a neoplasia pode ser assintomática, mas sintomas como presença de sangue na urina, vontade frequente de urinar e também dor ao urinar devem ser investigados".
Tipos de câncer de bexiga
- Carcinoma de células de transição: é o tipo mais comum da doença e
tem início nas células do tecido mais interno da bexiga.
- Carcinoma de células escamosas: bem menos frequente que o
anterior, atinge as células planas e delgadas da bexiga depois de
infecções ou irritações de longo prazo.
- Adenocarcinoma: subtipo menos frequente, tem
início nas células glandulares, podendo se formar na bexiga após longos
períodos de inflamação ou irritação.
Diagnóstico e tratamento
Como estratégia, a detecção do tumor em fase inicial pode possibilitar maiores chances de sucesso no tratamento. Com isso, a realização de exames clínicos, radiológicos e também laboratoriais são fundamentais para a investigação completa. Já nas pessoas sem sinais da doença, mas que fazem parte de grupos com uma maior possibilidade de desenvolver a neoplasia, os exames periódicos também podem ser recomendados pelo especialista.
Quanto ao tratamento, é necessário uma avaliação individual de cada paciente, levando em consideração o grau da doença. No caso da cirurgia, pode ocorrer a remoção parcial (retirada do tumor ou parte do órgão) ou ainda total da bexiga. "Vale lembrar que quando a última alternativa é realizada, um novo órgão é reconstituído com o objetivo de armazenar a urina", explica a Dra. Pamela Muniz.
A quimioterapia também pode ser
realizada antes ou após o procedimento cirúrgico, justamente com o objetivo de
eliminar as células cancerígenas que possam existir no local ou na corrente
sanguínea.
Prevenção
Como forma de prevenir o surgimento do câncer, a oncologista reforça a importância de hábitos saudáveis na rotina. "Realizar atividades físicas regulares, moderar a ingestão de bebidas alcoólicas, não fumar, beber bastante água e ter uma dieta balanceada e rica em frutas e fibras são essenciais para a manutenção da saúde e prevenção de diversas doenças, inclusive o câncer de bexiga".
Abaixo, a Dra
Pamela Carvalho Muniz comenta 5 mitos e verdades sobre o câncer de bexiga para
ficar de olho
O câncer de bexiga pode comprometer a virilidade masculina
Mito. A
doença em si não interfere na virilidade do homem. Contudo, a especialista
explica que o tratamento pode causar impactos: "Quando são realizadas
cirurgias extensas da retirada concomitante da próstata, das vesículas seminais
ou o uso da radioterapia em algumas regiões, pode resultar em disfunções
sexuais. Por isso, é muito importante conversar com o médico e falar a respeito
da preocupação", comenta.
Câncer de bexiga
não tem cura
Mito. Até
80% dos pacientes com câncer de bexiga apresentam tumores superficiais, ou
seja, de melhor prognóstico. "As chances de cura são maiores quando a
doença é descoberta em estádio inicial e quando não há comprometimento de
camadas mais profundas".
O câncer de bexiga pode voltar
Infelizmente, sim.
Por isso, é muito importante que o paciente tenha
acompanhamento regular com seu urologista e com o seu oncologista. "Mesmo
que a recidiva da doença possa ocorrer, ela é tratável na maioria dos casos sem
comprometer a qualidade de vida do paciente".
A presença de sangue na urina ocorre com 80% dos pacientes com câncer de bexiga
Verdade. O
sintoma, também chamado de hematúria, é o resultado do rompimento de vasos
sanguíneos que ficam no interior da mucosa da bexiga ou massa tumoral. "É
importante ressaltar que esse não é um sintoma definitivo para o diagnóstico do
câncer de bexiga, uma vez que pode ser confundido com outras doenças do trato
urinário, como as infecções urinárias, prostatites benignas e cálculos
renais".
Idosos possuem risco aumentado de desenvolver câncer de bexiga
Verdade.
A doença é mais comum em pacientes acima dos 55 anos. "Além disso, ser
homem e branco também está entre os fatores de risco da neoplasia. Contudo,
apesar da doença ser mais incidente nesta faixa etária, os sintomas não devem
ser ignorados em qualquer idade. Por isso, procure sempre por atendimento caso
algo fora do normal seja observado", finaliza.
Oncoclínicas
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