É certo que o avanço das pesquisas acadêmicas e da literatura científica contribui amplamente para o desenvolvimento de determinados setores do país, bem como para a qualidade da educação e de segmentos que demandam elevada especialização profissional, em especial a área de saúde.
Neste sentido, o Brasil tem se destacado
na elaboração de conteúdos científicos e apresentado crescimento superior,
inclusive, ao da média mundial, conforme apontam os dados do boletim anual do Observatório
de Ciência, Tecnologia e Inovação (OCTI),
elaborado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).
De acordo com o levantamento, em 2020,
a produção brasileira de artigos científicos cresceu 32,2% em relação ao ano de
2015, enquanto a produção global apresentou aumento 27,1%. Além disso, o Brasil
foi responsável por 3,2% da produção mundial de pesquisas científicas, com mais
de 372 mil publicações, em 2020.
A partir disto, para garantir o aumento
contínuo da produção científica no país, é preciso munir os pesquisadores com
ferramentas, iniciativas e projetos que possibilitem acesso a informações
atualizadas e de alta confiabilidade, que promovam assertividade e qualidade na
elaboração dos conteúdos.
No Brasil, a CAPES (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) exerce papel crucial para o
desenvolvimento da área de pesquisas acadêmicas. Vinculada ao Ministério da
Educação (MEC), a fundação promove, por meio do Portal do Periódico, amplo
acesso a conteúdos científicos a pesquisadores de diversas áreas do
conhecimento, que fazem parte de instituições de ensino associadas a ela.
Com um rico acervo de artigos e
publicações científicas, as bases de conhecimento disponibilizadas aos
pesquisadores exercem função primordial para o avanço da ciência ao garantir
mais assertividade, agilidade e precisão na busca por informações atualizadas,
confiáveis e de alto fator de impacto.
A importância das pesquisas científicas para o desenvolvimento do setor de saúde
É fato que a literatura científica se
faz crucial para inúmeras áreas do conhecimento. Entretanto, devido à
relevância e a responsabilidade de suprir demandas básicas da população, o
setor de saúde exerce papel de destaque neste cenário.
Diante deste contexto, o levantamento
realizado pelo CGEE apontou que a produção científica brasileira nas áreas da
saúde dobrou sua participação na produção mundial nas duas últimas décadas, com
expressiva diversificação de temáticas. Considerando os 35 principais
agrupamentos analisados no estudo, 15 deles estão relacionados à alguma área ou
tema de pesquisa em saúde.
Para se ter uma ideia da importância de
informações atualizadas e de alta confiabilidade para o setor, o UpToDate®, uma ferramenta de suporte à decisão clínica baseada em
evidências, registrou, desde fevereiro de 2020, com o início da pandemia, mais
de 32 milhões de acessos a tópicos relacionados à Covid-19, realizados por mais
de 1,3 milhão de médicos individuais, que utilizaram a plataforma para garantir
assertividade nos atendimentos, confiabilidade das informações e,
consequentemente, tratamentos mais adequados aos pacientes.
Além da melhora na qualidade do
atendimento, o acesso a materiais com estas características posiciona médicos e
hospitais como fortes aliados para o desenvolvimento de pesquisas clínicas no
Brasil. Isto ocorre porque, com os insumos necessários e a aplicação prática
destas informações, é possível elaborar novas pesquisas, ainda mais completas,
confiáveis e atualizadas.
Além da ampliação do volume de estudos
científicos, observamos um aumento da busca por informações cada vez mais
adequadas e baseadas nas evidências mais recentes. Isto ficou evidente durante
o período de pandemia, em que o Ovid®, uma base de informações para
pesquisas voltadas à saúde, registrou, nos meses em que o volume de
transmissões estava no ápice, um aumento de 700% nas buscas por artigos
completos sobre a doença e temas relacionados.
Desta forma, é visível que o
desenvolvimento da literatura científica e a melhora da qualidade da saúde no
país estão atrelados e formam um ciclo de benefícios para o todo o setor. O
futuro das pesquisas depende diretamente do incentivo e dos investimentos em
projetos, tecnologias e recursos que suportem as demandas dos pesquisadores e
certifiquem a qualidade, confiabilidade e relevância das informações utilizadas
para o desenvolvimento destes conteúdo.
Natália Cabrini - Diretora de Estratégia de Mercado e Vendas, da Wolters
Kluwer, Health para
América Latina.
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