As mídias sociais provocaram
uma das maiores ondas disruptivas nas comunicações da humanidade, somente
comparadas, talvez, à invenção da prensa por Gutenberg. Na época, a
possibilidade de reprodução rápida de livros e outros conteúdos incentivou a
alfabetização e estimulou o surgimento de escolas ao redor do mundo. A
circulação de informações levou a humanidade a um novo patamar de conhecimento.
É verdade que o rádio e
a televisão também impactaram os processos de comunicação e a forma de atuar
dos comunicadores. Todos foram obrigados a se adaptar à linguagem dessas novas
mídias. Assim também ocorreu com o surgimento da internet no final dos anos
1980. As novas mídias digitais apresentaram caráter disruptivo e trouxeram
grandes desafios para a comunicação e para os comunicadores. A situação agora
parece ser um pouco mais desafiadora.
Ao dar a cada indivíduo
o poder de falar diretamente com milhões de pessoas, as mídias sociais
quebraram toda a lógica da comunicação que vigorou por mais de cem anos, sempre
mediada pelos meios de comunicação e centrada em poucos veículos.
Mesmo para as
tecnologias nascidas já na era digital como, por exemplo, os sites de buscas,
que foram decisivos para viabilizar a internet da forma que a conhecemos,
existe uma nuvem de incertezas se formando no horizonte provocada pelas mídias
sociais.
Dias atrás, navegando no
TikTok, a mídia social típica da geração Z, eu me deparei com uma postagem de
uma usuária que fazia o seguinte comentário: “Gente, algum de vocês ainda usa o
Google para fazer buscas?”
Oi? Como assim, “ainda”?
Existe outra ferramenta que está ameaçando a liderança da gigante das buscas?
A verdade é que, sim,
existe. É a geração Z, formada pelos nativos digitais nascidos neste século,
que se habituou a buscar informações sobre serviços e produtos - não mais em
pesquisas na internet, ou nas fontes tradicionais de informação. Pelo
contrário, sua preferência é se informar com base no que outros usuários, que
nem sempre são famosos, dizem ou opinam. Para a geração Z, a opinião de quem
eles conhecem, ou consideram conhecer, é o que vale, seja ela qual for. Pelo
fato de os influenciadores trabalharem com publis, existe a possibilidade de o
profissional talvez nem conhecer realmente o produto - ou não usar. Mas, uma
pessoa que não ganha a vida com isso, não teria motivo para mentir. Por isso, a
opinião e a experiência dela é valiosa.
Era sobre isso que a
usuária falava. Para ela não fazia sentido buscar informações em outro ambiente
que não as mídias sociais. É uma tendência que parece estar chegando com uma
força expressiva. Isso não passou despercebido por um dos gênios do SEO e que é
um dos nomes mais respeitados do mundo em marketing digital: Neil Patel. Bem no
estilo TikTok, Patel gravou um vídeo de 30
segundos no qual ele sugere que essa mídia, adorada pela geração Z,
tem potencial para assumir, em breve, a liderança em buscas, justamente pelo
comportamento de seus usuários.
É ainda difícil mensurar
como esse novo comportamento irá impactar nos sites de buscas, mas tenho
certeza de que o futuro será focado cada vez mais na qualidade de conteúdo
criado. E eu não digo isso pensando em conteúdos complexos e caros, mas sim na
qualidade deles independentemente de grandes investimentos. De forma criativa e
autêntica, é possível engajar pessoas se o objetivo for gerar conhecimento e
não apenas vender algo.
Seguramente, esse novo
modelo representará desafios imensos para as equipes, ainda mais as de SEO. Nós
estamos assistindo emergir uma nova disrupção nos sistemas de buscas. E aí, a
sua empresa está preparada?
Carol Junqueira - Gerente de
Marketing & Cultura da Simplex
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