A Lei da Oferta e Demanda, criada Adam Smith, rege
o mercado como um todo, impactando não apenas a economia, como também a
operação de negócios dos mais diversos portes e segmentos, trazendo à tona um
gap salarial inevitável entre as diversas regiões de um país. Mesmo diante de
inúmeros fatores econômicos internos e externos que influenciam essa diferença,
algumas mudanças no mercado de trabalho têm proporcionado uma maior igualdade
salarial entre regiões, sendo a principal delas, o formato de trabalho remoto.
Diferenças salariais sempre existiram no mundo
corporativo, por fatores variados. Dentre eles, a maior ou menor demanda e
oferta de profissionais em cada região, é um dos principais motivos – afinal,
enquanto grandes polos trabalhistas necessitam de mais talentos qualificados,
com conhecimentos ou experiências específicos, regiões com um mercado mais
escasso ou com incapacidade de formação dos profissionais na mesma velocidade
que o mercado demanda, enfrentam uma baixa de talentos disponíveis.
O custo de vida em cada local, ainda, é outro fator
determinante nessa diferença salarial. Estar em uma cidade interiorana ou mais
afastada dos grandes centros urbanos, muitas vezes, é consideravelmente mais
barato de se viver do que em um centro econômico – característica que,
consequentemente, contribui com tais diferenças salariais. No Brasil, um estudo
feito pela Mercer identificou que o custo de vida no território nacional pode
variar em até 14% entre os estados.
Esses fatores sempre desencadearam uma migração de
profissionais para localidades que ofereçam melhores oportunidades de emprego,
com remunerações mais altas. No entanto, essa realidade vem mudando. Com a
ascensão do trabalho remoto, não raro, o movimento tem sido o oposto.
Profissionais que trabalham em home-office estão optando por viver em cidades
mais afastadas dos grandes centros, conciliando qualidade de vida com
remuneração adequada.
A pandemia foi o grande fator responsável por
quebrar barreiras geográficas em termos de empregabilidade e remuneração.
Praticamente, proporcionou que diversas empresas pudessem contratar
profissionais de qualquer parte do mundo, sem qualquer prejuízo para a entrega
de resultados e prosperidade da companhia. Comprovadamente, um estudo feito
pela Fundação Dom Cabral mostrou que cerca de 60% dos profissionais se sentem
mais produtivos podendo trabalhar de suas casas. Favorecidos, ainda, pela
redução de custos com escritórios físicos e outros gastos rotineiros, o
trabalho remoto se tornou um modelo crescentemente, como forma de elevar a
contratação de profissionais qualificados.
Uma faixa salarial adequada para cada cargo
depende, primeiramente, de um entendimento claro e aprofundado do empregador
sobre quais são os conhecimentos técnicos desejados necessários e perfil
comportamental desejado. Posteriormente, a sugestão é “ir ao mercado”, buscando
entrevistar profissionais dentro destes requisitos e, visando compreender quais
são as suas expectativas salariais para um próximo passo de carreira, suas
necessidades, quais os benefícios que mais valoriza e, principalmente, quais
não abre mão.
Com esses dados reunidos, é importante compará-los
com o que tem sido praticado pela empresa e, também, com as médias oferecidas
no mercado. Com isso, estabelecer um valor coerente de acordo com a realidade
da empresa e com as expectativas do candidato, assim, possibilitando a atração
do mesmo para o seu projeto.
O conhecimento sobre as práticas do mercado é fundamental para que as empresas não fiquem defasadas em termos de remuneração e, para que não percam sua capacidade de retenção de talentos. Nessa missão, aquelas que apostarem no trabalho remoto como um dos possíveis modelos de contratação, certamente terão mais chances de colherem bons frutos tanto em atração, quanto para a satisfação interna e a prosperidade do seu de seu negócio.
Jordano Rischter - sócio da Wide, consultoria
boutique de recrutamento e seleção.
Wide
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