Estar atento aos sinais do
nosso corpo é importante para identificar os motivos que causam algum
comportamento estranho ou inesperado. E a falta de libido pode acontecer e
estar relacionada a questões físicas ou emocionais e deve ser examinada mais a
fundo.
Mas o que é a libido? O nome
está relacionado ao desejo sexual, e por isso, pode estar alto ou baixo em
algumas pessoas, em determinadas fases da vida como explica a Dra. Sarina
Occhipinti, especialista em Clínica Médica: "Os aspectos hormonais
influenciam tanto quanto os aspectos psicológicos. Essas alterações na área do
desejo para homens têm muita relação com testosterona, mas também tem relação
com ansiedade e estresse que podem influenciar demasiadamente na falta do desejo
sexual. Já em mulheres a maior parte das queixas está relacionada a
predominância estrogênica, isto é, uma fase do climatério onde o estrogênio
está desproporcional em relação a progesterona e isso pode ocorrer a partir dos
35 anos. O uso da testosterona em mulheres é indicado numa patologia denominada
Desejo Sexual Hipoativo e o diagnóstico é feito pelas queixas e não pelo valor
de testosterona no sangue. Os estudos demonstram que a testosterona nesses
casos tem efeito moderado. Outra causa comum de queda de libido em mulheres é a
menopausa, e para isso o mais indicado é a reposição hormonal” explica.
A falta de libido começa a
ser um problema quando afeta a qualidade de vida e o bem-estar do casal,
gerando dificuldades no relacionamento “A falta de libido é um problema que
pode ser a causa de uma relação amorosa problemática mas também pode ser
consequência dela. O importante é identificar as origens bioquímicas,
anatômicas ou psicológicas e tratá-las”.
Possíveis causas da falta de libido
Fatores psicológicos: estresse, depressão, ansiedade, traumas e fadiga são
alguns dos motivos que provocam a falta de libido.
Alterações anatômicas na região urogenital consequente à doenças ou
má-formações.
Medicamentos: o uso contínuo
de remédios que diminuem os níveis de testosterona no sangue (como aqueles para
exemplo medicamentos para depressão, ansiedade, tratamento hormonal para câncer
de mama, tratamento de câncer de próstata) também podem reduzir a libido.
Alterações hormonais: Baixo
nível de testosterona estradiol podem influenciar em homens e mulheres, mas
seus resultados são impactantes nas queixas masculinas. Ao contrário do que
muitas pessoas pensam, a testosterona em mulheres tem efeitos limitados e a
maior parte das vezes os problemas hormonais são outros, como climatério e
menopausa.
Segundo um levantamento
realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo por meio do Cresex
(Centro de Referência e Especialização em Sexologia) do hospital estadual
Pérola Byington, falta ou diminuição do desejo sexual afeta 48,5% das mulheres
que procuram auxílio médico por conta de disfunções sexuais.
Outro levantamento feito pelo
Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), mostrou que
a falta de libido representa o maior número de queixas registradas no
Ambulatório de Sexualidade da Ginecologia, somando 65% das reclamações.
A pesquisa do Cresex foi
realizada com 455 pacientes do Ambulatório de Sexologia. O HC levou em conta o
público que gira em torno de 150 a 200 pacientes por mês. Os dois estudos
mostraram que a falta de desejo sexual é uma queixa predominante entre as
mulheres nos consultórios médicos.
Mesmo as mulheres sendo a
maioria nas queixas pela falta de libido, de acordo com a Dra. Sarina
Occhipinti, os homens também se queixam, no ápice da relação sexual, ou seja,
na hora do orgasmo “A falta de orgasmo em mulheres é um problema muito mais
comum do que se pensa, alguns estudos apontam que mais de 80% das mulheres
queixam de anorgasmia e a causa está muito relacionada à falta de conhecimento
do próprio corpo. Existe uma ideia de que a área da vagina seria a região mais
sensível e responsivo ao orgasmo mas não é. Essa região é pouco inervada para
permitir a passagem do feto quando do processo do nascimento. A área feminina
que corresponde ao penis no homem é o clítoris então é a que deve ser
friccionada para que a mulher chegue ao clímax da relação sexual”.
Como tratar e
aumentar a libido
Para aumentar a libido é
importante primeiramente consultar um médico para que seja possível identificar
a causa e, assim, iniciar o tratamento mais adequado, como explica a Dra.
Sarina Occhipinti: “Nos casos em que a falta de libido é devido ao uso de algum
medicamento, o médico pode alterar a dosagem, efetuar a troca do medicamento,
ou até mesmo a suspensão do remédio. Quando está relacionado com alterações
hormonais, pode ser recomendada a realização da correção dos hormônios
apropriados”.
Mas se a falta de libido
estiver relacionada a questões emocionais, é importante procurar um médico ou
psicólogo que seja capacitado em tratar ansiedade e estresse que são as causas
mais comuns. Para casos específicos na esfera sexual, a melhor solução é buscar
um tratamento com profissional especializado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário