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quinta-feira, 26 de maio de 2022

Escalada dos casos de dengue no Brasil preocupa especialistas

 Doença já registra mais casos nos quatro primeiros meses de 2022 do que em todo 2021. Para infectologista do Hospital Santa Catarina -- Paulista, causa está relacionada à alta incidência de chuvas e ondas de calor no início do ano, somado aos impactos da pandemia

 

O aumento nos casos de dengue no Brasil começa a preocupar autoridades e especialistas. Nos primeiros quatro meses de 2022, o país registrou mais casos da doença do que no ano passado inteiro. São 654 mil casos confirmados desde janeiro contra 544 mil em 2021. Além disso, mais de 200 pessoas já faleceram por conta da doença no país. Capitais como Natal já declararam estado de epidemia. 

“O aumento de casos de dengue normalmente está relacionado com períodos de altas temperaturas e chuvas, pois são os fatores que favorecem o aumento da população do mosquito transmissor desta doença. É importante destacar também que a dengue, em nosso país, apresenta ciclos endêmicos e epidêmicos, com casos de epidemias ocorrendo a cada 4/5 anos”, explica Dr. Fernando Nivaldo de Oliveira, infectologista do Hospital Santa Catarina -- Paulista. 

A região centro-oeste é a que mais está sofrendo com a doença e teve um aumento de 272% de casos em comparação com o mesmo período de 2021. Somada as altas temperaturas e as chuvas, a pandemia pode ter sido responsável por esconder os números no ano passado. 

“Tivemos dois fatores que puderam intervir na suspeita clínica e medidas de prevenção da dengue a saber: aumento dos casos de influenza por H3N2 no final do ano de 2021 e a onda da infecção pela variante da covid-19, a ômicron no começo de 2022. Como a dengue costuma ter um quadro clínico que pode cursar com febre, dores musculares, náuseas, vômitos, diarreia e mal-estar, uma redução na detecção dos casos de dengue pode ter ocorrido, uma vez que quando alguém com esta sintomatologia procurava atendimento médico em pronto-socorro, a principal hipótese era a doença por SARS-CoV2 ou Influenza. Outro fator importante a ser considerado é que com a pandemia da Covid-19, houve um aumento da vulnerabilidade das pessoas, especialmente relacionada a fatores sanitários e econômicos, gerando de forma indireta e direta menor combate ao mosquito”, afirma o infectologista do Hospital Santa Catarina. 

No Brasil, existem quatro sorotipos (grupo de micro-organismos relacionados) de vírus da dengue circulantes. De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o mais comum é do tipo 1, que aparece em 89,5% dos casos no país. 

“Até o presente momento, não existe remédio eficaz contra o vírus. O tratamento é realizado com analgésicos e antitérmicos. É importante procurar serviço médico e seguir orientações de beber bastante líquido. O repouso também é fundamental para a recuperação do corpo”, conclui Dr. Oliveira.

 

Como se prevenir da dengue

  • Substitua a água dos vasos por areia
  • Tampe a caixa d’água e outros reservatórios
  • Use repelentes recomendados (à base de DEET, icaridina e IR 3535)
  • Evite ficar exposto nos horários de atividade da fêmea do Aedes Aegypti (tem hábitos diurnos, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer)
  • Tire do ambiente todo material que possa acumular água, como garrafas pet, latas e pneus por exemplo

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