· No mês de Conscientização da Cefaleia, atenção para a dor de cabeça, que compromete a qualidade de vida dos pacientes, trazendo impactos significativos à economia.
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Ansiedade, stress, depressão,
rotina inadequada de sono são algumas condições que podem disparar crises de
enxaqueca, que pode perdurar por até 72 horas
É difícil encontrar alguém
que nunca teve uma dor de cabeça incomoda. Quando os episódios duram por mais
de 15 dias, pode se tratar de enxaqueca crônica, a segunda maior causa de
incapacidade entre todas as doenças, segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS)1.
Para chamar a atenção da população para os cuidados com a doença, foi criado o
Dia Nacional de Conscientização da Cefaleia, em 19 de maio.
No Brasil, a prevalência da
enxaqueca crônica está em torno de 5% da população2, com predomínio
entre as mulheres3.
Muitas vezes, as dores intensas limitam os pacientes a realizarem suas
atividades diárias, comprometendo a qualidade de vida e aumentando a procura
pelos recursos de saúde – consultas, exames, atendimento emergencial e
internações hospitalares -, trazendo um impacto significativo inclusive à
economia4.
O estresse está entre os
fatores que podem desencadear as crises de enxaqueca. Outras causas importantes
são a insônia, o jejum prolongado, a pouca ingestão de água, o sedentarismo e o
consumo em excesso de cafeína e bebidas alcoólicas. "Como muitos dos
gatilhos das crises de enxaqueca também estão relacionados aos hábitos de vida,
manter uma rotina de alimentação e atividades físicas equilibradas favorece a
qualidade de vida de quem sofre com a doença", explica Doutora Thaís
Villa, médica neurologista e neuropediatra.
A enxaqueca também tem
relação direta com aumento de risco cardiovascular e associada a comorbidades
como depressão, ansiedade, dor crônica, e sintomas alérgicos5.
Tratamento e controle da doença - Embora a enxaqueca crônica não tenha cura, é possível controlá-la, espaçando a ocorrência de crises e amenizando a intensidade dos sintomas. Para isso, o paciente precisa procurar um neurologista. "Hoje existem medicamentos injetáveis, administrados em pontos nas regiões frontal, occipital (posterior da cabeça), temporal e posterior do pescoço, que relaxam a musculatura. Desta forma, impede que os neurotransmissores levem os sinais de dor até o músculo, reduzindo a percepção pelo sistema central", esclarece Dra. Thais. "Além disso, quando o assunto é enxaqueca, é importante alertar para o uso indiscriminado de analgésicos em médio e longo prazo, que pode gerar um efeito rebote. Muitos pacientes de enxaqueca crônica trocam os tratamentos prescritos por médicos por medicamentos de fácil acesso – mas esses medicamentos, em excesso, também podem disparar episódios de enxaqueca", alerta a neurologista.
Referências
- Natoli JL, Manack A, Dean B, Butler Q, Turkel CC,
Stovner L, et al. Global prevalence of chronic migraine: a systematic
review. Cephalalgia. 2010;30(5):599–609;
- Queiroz LP, Peres MF, Piovesan EJ, et al. A
nationwide population-based study of migraine in Brazil. Cephalalgia.
2009;29(6):642-649. doi:10.1111/j.1468-2982.2008.01782.x
- Bigal ME, Lipton RB. The epidemiology,
burden,
and comorbidities of migraine. Neurol Clin. 2009
May;27(2):321-34
- Steiner TJ, Stovner LJ, Vos T, Jensen R, Katsarava Z.
Migraine is first cause of disability in under 50s: will health
politicians now take notice?. J Headache Pain. 2018;19(1):17.
Published 2018 Feb 21. doi:10.1186/s10194-018-0846-2;
- Carod Artal FJ. Tackling chronic migraine: current perspectives. J Pain Res. 2014 Apr 8;7:185-94; Krymchantowski AV, Moreira Filho PF. [Update on migraine prophylactic treatment].
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