A terapeuta da
Naomm, Katia Hirt, destaca a importância de sair do arquétipo idealizado da mãe
pela sociedade e encarar a realidade sem culpa
"Quando nasce uma mãe, nasce a culpa".
Essa frase se tornou tão popular nos últimos anos que é difícil alguém que não
tenha se deparado com ela em algum momento, seja no ambiente de trabalho ou em
um evento familiar. A verdade é que essa questão vem se tornando ainda mais desafiadora,
especialmente diante da idealização da mãe multitarefas na sociedade moderna,
que trabalha, seja dentro ou fora de casa, se cuida, e ainda consegue estar
presente na vida dos filhos.
Com a chegada do Dia das Mães, o assunto ganha
ainda mais relevância, nos levando a questionamentos a respeito das ideias
inalcançáveis da maternidade. “Dentro da sociedade atual existe uma exigência
muito grande de que as mulheres deem conta de tudo, que sejam mães e
profissionais excelentes. E, no Dia das Mães é muito comum a gente começar a se
questionar sobre o tipo de mulher que nós somos. Em geral, a primeira figura
feminina que nós temos acesso e conexão é com a própria mãe, então esse papel é
muito estimulado e muito maltratado muitas vezes, porque quando a gente olha
para esse feminino idealizado e para o feminino real, muitas mulheres entram em
sofrimento por não estarem nesse lugar de que é idealizado tanto por elas
também”, explica Katia Hirt, terapeuta da Naomm,
plataforma que reúne terapeutas qualificados e licenciados em Práticas
Integrativas e Complementares, e especializada em Wombblessing.
De acordo com um estudo desenvolvido pela Ipsos,
líder global em pesquisa de mercado, 46,3% das brasileiras se sentem
frequentemente julgadas como mães. Outro ponto que chama atenção no
levantamento é que as mães do Brasil estão entre as que mais se sentem
frequentemente julgadas no mundo, seguidas pelas indianas e sauditas, com 60,6%
e 49,4%, respectivamente. Diante disso, a especialista acredita que a
data pode ser vista por um novo ângulo, podendo ser um grande convite para que
as mulheres “maternem” a si mesmas, inclusive quem não possui ou não pretende
ter filhos.
“Uma mãe precisa descansar e ser ajudada. Mas,
hoje, a sociedade moderna, que está cada vez mais pautada na força da mãe,
delega tudo isso para a figura materna, o que inevitavelmente traz também uma
sobrecarga. É possível sair desse arquétipo idealizado da mãe pela sociedade e
permitir que perpasse por cada mulher uma energia criativa, acolhedora,
saudável e, principalmente, de emoções mais equilibradas. E quando a pessoa
está dentro da sua própria naturalidade, dentro da sua própria natureza, ela
consegue fluir com mais leveza e beleza diante do todo”, comenta.
Diante disso, uma solução pode ser buscar conhecer
um pouco mais a respeito do Sagrado feminino, uma filosofia, um estilo de vida
que promove ensinamentos sobre aspectos físicos e mentais da figura feminina e
possibilita o despertar, cura, conexão e empoderamento de mulheres. Para Katia,
entender um pouco a respeito desse mundo de mistérios e clareza permite
despertar a energia feminina.
“Nesse caminho, quando a gente vai mergulhando no
sagrado feminino, a gente também vai fazendo as pazes com a nossa própria mãe,
percebendo que a nossa própria mãe também como mulher tem uma enormidade de
falhas e defeitos, e que ela carrega culpas que inconscientemente ou até
conscientemente projeta nos seus próprios filhos. Se ela não conseguiu uma boa
carreira, então ela projeta no filho ou na filha, por exemplo. É um excelente
exercício de olhar de onde nós viemos, para a nossa matriz materna, feminina e
fazer as pazes com isso de que a nossa mãe não precisa ser pura e imaculada,
ela precisa ser humana, natural e de que ela é inspiradora por ela ser de
verdade e não necessariamente por ela ser idealizada”, finaliza.
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