Neste mês de maio, o Dia das Mães (8) e
o Dia da Saúde da Mulher e da redução da mortalidade materna (28) nos
incentivam a discutir um tema muito importante: os diferentes tipos de parto no
Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país ocupa a segunda
posição no mundo em número de cesarianas, pois 57% das crianças nascem por meio
do procedimento. De acordo com a Organização, a média mundial de cesarianas
está em 30%, mas o ideal seria que esse número estivesse entre 10% e 15%,
porque o procedimento só é recomendado em casos específicos e pode trazer
alguns riscos para a saúde da mãe e do bebê.
Entenda:
A Cesárea
Trata-se de uma incisão cirúrgica feita
no abdômen da mãe de forma indolor (por causa da anestesia) para a retirada do
bebê. Entre suas vantagens está a possibilidade de escolher o momento do nascimento,
além do conforto e praticidade para a gestante. No entanto, por se tratar de
uma cirurgia, o procedimento pode trazer reações como hemorragias, trombose dos
membros inferiores e alergias, como também, um tempo de recuperação mais longo.
O Parto Normal
Dar a luz de forma natural traz
benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê. Para a mãe, a recuperação é
mais rápida e com menos riscos de complicações pós-parto. O processo natural é
benéfico para o vínculo entre mãe e filho, pois as contrações liberam a
ocitocina e o aumento da produção de leite acontece mais rapidamente. Para o
bebê, o parto normal contribui para um melhor desenvolvimento do sistema
imunológico e menos chances de desenvolver doenças respiratórias.
O parto normal também pode ter
contraindicações caso sejam detectados pelo médico riscos para a mãe ou para o
bebê. São casos onde há alguma anormalidade com a placenta ou útero que podem
levar ao sofrimento materno ou fetal, quando a mãe tem problemas de hipertensão
e quando não há contração nas últimas semanas de gestação.
Porém, de acordo com um levantamento do
Ministério da Saúde, 42% das cesarianas que acontecem no Brasil são marcadas
com antecedência e em pelo menos 14% dos casos, a cesárea é uma opção da mãe,
por se tratar de um procedimento indolor e por ser mais conveniente.
Para a Dra. Karina Santos, médica de
família na Sami -- operadora de saúde de São Paulo, o medo é um dos principais
motivos para uma mulher querer um parto prático e indolor, mesmo que gere consequências.
Por isso o parto humanizado é um modelo que precisa ser trabalhado com as
gestantes.
O parto humanizado
é um procedimento onde a mulher escolhe desde o local de preferência para o
nascimento do bebê, com menos métodos invasivos e condutas desnecessárias,
evitando possíveis traumas decorrentes da violência obstétrica para a mãe e
para o bebê.
Para a Dra Karina, a mulher tem que
expor o que deseja para o parto e o médico deve sinalizar a melhor opção,
considerando a saúde dela e do bebê. “O que acontece hoje é que o médico quer
realizar o procedimento da forma mais rápida possível e muitas vezes
desconsidera a vontade do paciente”, aponta.
Na Sami, a atenção primária permite que
a equipe médica participe mais do dia-a-dia da gestante: “O time de saúde fica
mais próximo do paciente do que em modelos convencionais. Com isso, nós
conseguimos tirar mais dúvidas e aconselhar a gestante sobre questões como
alimentação saudável e atividades físicas ideais para o período de gestação. A
visão geral da paciente abre caminhos para que a gente consiga elaborar um
plano de parto junto com a mãe e após a criança nascer, o mesmo médico da
família continua cuidando do bebê. Criar esse laço e essa ligação é um dos
propósitos que temos aqui na Sami”, conclui a Dra Karina.
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