Estima-se que
600 milhões de pessoas vivam da produção de produtos lácteos no mundo. No
Brasil, são mais de 4 milhões de postos de trabalhos ocupados no campo e na
cidadeGeração de emprego e renda no campo
Divulgação
Quando alguém diz que a “nossa riqueza está no
campo”, isso não é de forma alguma uma força de expressão, mas a pura
realidade. Para se ter uma ideia, em 2021 o agro brasileiro, segundo dados da
Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), somou uma receita
recorde de US$ 120,6 bilhões, crescimento de 19,7% em relação ao ano anterior.
Também em 2021, o setor abriu mais de 150 mil novas vagas de emprego, de acordo
com números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em 2020,
as atividades no campo já empregavam, direta e indiretamente, cerca de 9
milhões de trabalhadores.
Por isso, nesse Dia do Campo, celebrado em 10 de maio, o nosso agronegócio tem
alguns títulos a comemorar como: o terceiro maior produtor de carne do planeta
(englobando rebanhos bovinos, suínos), terceiro maior produtor de leite do
mundo e quarto maior produtor mundial de grãos. Entre os diversos segmentos que
integram a nossa agropecuária, a produção leiteira está sem dúvida entre as
mais relevantes para nossa economia. Assim como a carne e a soja, commodities
as quais também somos grandes produtores mundiais, o leite é um alimento de
grande impacto mundial: estima-se que 600 milhões de pessoas vivam da produção
de produtos lácteos.
Com mais de 34 bilhões de litros por ano, a produção leiteira do Brasil alcança
hoje 98% dos seus municípios, e dentro deste percentual, a predominância é de
pequenas e médias propriedades. A extensa cadeia produtiva do leite emprega
atualmente, tanto no campo quanto na cidade, cerca de 4 milhões de pessoas. “O
leite tem em nossa economia um impacto muito grande, porque ele gera empregos e
renda, não só lá na ponta do produtor, mas ao longo de toda a sua cadeia, seja
na indústria, com o processamento do produto e fabricação de derivados; no
transporte, com a distribuição para todo país de um item essencial na mesa dos
brasileiros; ou no ramo de serviços de alimentação, em restaurantes, padarias e
confeitarias. Enfim, o caminho do leite é longo, felizmente”, destaca André
Luiz Rodrigues Junqueira, presidente do Grupo Marajoara, indústria de
laticínios que fica em Hidrolândia, interior de Goiás.
Dificuldades e resiliência
Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), o país conta atualmente com mais de 1 milhão de propriedades produtoras
de leite. Produtores como Deusimar Vieira, que herdou do pai e do avô o gosto
pela pecuária leiteira. Ele é dono de uma propriedade rural de dez alqueires na
cidade Pontalina, também no interior de Goiás, onde cuida de cerca de 80
cabeças de gado e produz mais de 1.200 litros por dia. No ramo leiteiro há mais
de 20 anos, o produtor rural conta que já viveu muitas fases difíceis e boas no
mercado, mas atualmente ele diz que o setor passa por um daqueles momentos
complicados.
Apesar de ser o leite um alimento que integra uma extensa cadeia produtiva,
Deusimar revela que muitos têm deixado o ramo devido à baixa lucratividade e
altos custos de insumos, como ração, energia e fertilizantes. Mas apesar dessas
dificuldades, Deusimar, resiliente como a grande maioria das pessoas do campo,
entende que o leite é um produto que nunca sairá do mercado e que se o momento
está ruim, pode também rapidamente melhorar. “No mercado leiteiro é assim,
cheio de altos e baixos. É importante persistir e se atualizar para melhorar”,
diz o produtor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário