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quarta-feira, 4 de maio de 2022

Conheça a Afasia Primária Progressiva


As doenças neurológicas, de uma forma geral, tendem a ter um grande impacto na qualidade de vida daqueles que as possuem, sendo muito importante que familiares e pacientes entendam o essencial sobre estas disfunções, para que as suas consequências sejam minimizadas. Daí a importância em se conhecer mais sobre uma condição da qual muito se tem falado: a Afasia Primária Progressiva (APP). 

A APP é uma doença neurológica rara caracterizada pelo início insidioso e progressivo da perda da capacidade em falar, tendo início geralmente ao redor dos 60 anos. No início da APP, o portador desta doença, apesar das dificuldades de comunicação, mantém relativa independência e autonomia, mas com o passar do tempo outros domínios cognitivos podem ser comprometidos, como, por exemplo, a memória, o que pode acarretar uma maior necessidade de cuidados por parte de familiares ou cuidadores. 

Os sintomas variam muito de pessoa para pessoa, mas, de uma forma geral, o elemento clínico inicial predominante se caracteriza pela dificuldade em articular a fala, ocorrendo erros gramaticais frequentes ao tentar se comunicar, tendo o paciente dificuldade em achar a melhor palavra para que possa adequadamente se expressar. Da mesma forma, a dificuldade na compreensão da fala dos outros ou em nomear objetos também pode ocorrer. Pode ainda ocorrer dificuldade em reconhecer pessoas ou objetos. 

O diagnóstico da APP é eminentemente clínico e não é fácil, podendo ser importante o emprego de exames complementares para que sejam afastados outros diagnósticos diferenciais. Neste sentido, a realização de testes neuropsicológicos, com os quais são estudados diferentes domínios cognitivos do paciente, pode contribuir muito com o diagnóstico. Exames de imagem, como por exemplo a ressonância magnética de encéfalo, que mostra o cérebro de forma detalhada, pode mostrar atrofia do córtex cerebral nas áreas responsáveis pela linguagem.  

Infelizmente, não existe ainda um tratamento medicamentoso para curar ou reverter os sinais e sintomas da APP, sendo muito importante que os familiares ou cuidadores do paciente com APP sejam orientados em relação aos cuidados necessários para que a sua qualidade de vida seja mantida da melhor forma possível.

 

Carlos Roberto Caron - professor de Neurologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR).


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