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terça-feira, 3 de maio de 2022

Além da cólica: endometriose atinge 8 milhões de mulheres no Brasil e provoca consequências emocionais

Endometriose atinge mulheres em idade reprodutiva, de 25 a 35 anos. Problema é mais comum em pessoas com histórico familiar da doença (Foto: Reprodução/Freepik/Gballgiggsphoto) 


 Ginecologista Tamara Ferraz, da Medicar Soluções em Saúde, dá orientações sobre sintomas, diagnóstico e tratamento

 

Difícil de ser detectada, a endometriose atinge uma a cada 10 mulheres brasileiras, segundo o Ministério da Saúde. Responsável por provocar cólicas menstruais intensas, dores pélvicas crônicas, dores no ato sexual e dificuldade para engravidar, o sofrimento causado pela doença impede pacientes de realizarem atividades diárias como trabalhar, se exercitar e socializar. Próximo ao Dia Internacional da Luta contra a Endometriose, celebrado em 7 de maio, a ginecologista Tamara Ferraz, da Medicar Soluções em Saúde, explica o que é o problema, seus riscos, diagnóstico e tratamento. 

Apesar de ser uma doença que não tem cura e atinge cerca de oito milhões de mulheres no Brasil e 180 milhões no mundo, conforme órgãos oficiais de saúde, o diagnóstico tardio da endometriose ainda é uma barreira para amenizar os impactos do problema. Isso porque os sintomas muitas vezes são confundidos com cólicas menstruais normais, e os exames comumente realizados não são específicos para identificar lesões, mas, por outro lado, algumas lesões podem ser tão pequenas que não são detectadas nas avaliações. 

Segundo Tamara, ginecologista da Medicar Soluções em Saúde, a endometriose é a presença do tecido do endométrio - que reveste a parte interna do útero e descama todo mês na menstruação - para fora do corpo uterino, podendo se implantar nos ovários, intestino, ligamentos uterinos e bexiga. Esse movimento provoca um processo inflamatório que pode ter repercussões leves e severas no organismo. 

“A endometriose atinge mulheres em idade reprodutiva, de 25 a 35 anos e é mais comum se manifestar em pessoas com histórico familiar da doença. Costumamos dizer que a endometriose é composta principalmente por três sintomas: dor pélvica crônica, infertilidade e dor nas relações sexuais, porém, as pacientes também podem apresentar sintomas como dor e sangramento cíclico ao evacuar e urinar, sensação de inchaço abdominal, entre outros”, explica Tamara Rodrigues. 

De acordo com a profissional, a dor provocada pela endometriose pode ocorrer dentro e fora do período menstrual. “A dor da endometriose pode se localizar apenas em uma região da pelve, ou pode ser difusa. Os sintomas também podem apresentar piora com o decorrer do tempo”, detalha. 

Tamara explica que o diagnóstico preciso da endometriose é feito por meio da análise anatomopatológica do tecido sugestivo causador da doença, que é retirado em um procedimento cirúrgico chamado videolaparoscopia. No entanto, quando se estabelece a suspeita clínica do problema a partir de sintomas, o tratamento é iniciado e a cirurgia é raramente necessária. “São poucos os casos que necessitam deste procedimento para a confirmação do diagnóstico. Além disso, algumas lesões podem ser identificadas por meio de ultrassom transvaginal, ou ressonância magnética”, comenta.

 

Bem-estar X endometriose 

Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, mais de 26,4 mil atendimentos foram feitos no Sistema Único de Saúde (SUS) para casos de endometriose, além de oito mil internações. O problema, que é conhecido como doença da mulher moderna, muda a vida de mulheres jovens e provoca altos níveis de estresse, o que favorece o desenvolvimento de transtornos psicológicos. 

Conforme a especialista, as dores provocadas pela doença têm grande impacto na qualidade de vida das pacientes, por isso, um tratamento adequado é muito importante. “Mudanças no estilo de vida, como a prática de atividade física regular, dieta balanceada rica em leguminosas e verduras são muito importantes para a melhora dos sintomas. Além disso, pode ser realizado também um tratamento com uso de anti-inflamatórios e contraceptivos. A cirurgia pode ser uma opção em algumas situações específicas”, ressalta. 

Outra preocupação das mulheres que descobrem a endometriose é a infertilidade. Tamara esclarece que, nem sempre o tamanho da lesão tem relação direta com a presença da infertilidade. “Estima-se que, cerca de 10% a 20% das mulheres no período reprodutivo terão endometriose. Alguns estudos sugerem que 25% a 50% das mulheres inférteis têm endometriose e que, 30% a 50% das mulheres com endometriose são inférteis”, comenta Tamara. 

Embora não tenha cura, a endometriose é uma doença que pode ser descoberta de forma precoce e tratada para que não atrapalhe a vida da paciente. De acordo com Tamara, a melhor maneira de prevenir os impactos da doença no organismo é estar atenta aos sintomas de cólica e realizar exames de rotina com um médico ginecologista. “O tratamento tem como objetivo a melhora dos sintomas e não necessariamente evita o surgimento de novas lesões. Em caso de dores pélvicas ou dificuldade de gestação, procure seu ginecologista para uma consulta. Cólicas sempre devem ser investigadas”, conclui.

 

 Medicar Soluções em Saúde

https://www.medicar.com.br/


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