Atualmente,
a competitividade do mercado de trabalho demanda profissionais cada vez mais
qualificados. Mas, o que é ser um profissional competente? De acordo com um levantamento
realizado pelo site de recrutamento CareerBuilder, as habilidades sociais são
consideradas tão importantes quanto as técnicas no dia a dia de trabalho por
77% das empresas. Além disso, uma recente pesquisa
desenvolvida pela empresa PageGroup revela que as habilidades comportamentais
mais valorizadas por líderes empresariais da América Latina são trabalho em
equipe, inteligência emocional e comunicação assertiva, sendo que no Brasil, a
inteligência emocional é considerada a mais importante delas.
Nesse
sentido, o setor educacional possui um papel fundamental para a formação
integral de um profissional competente. Para atender às exigências atuais do
mercado é imprescindível aplicar ferramentas educacionais desde a Educação
Básica a fim de desenvolver no indivíduo, além das competências cognitivas, uma
inteligência emocional consistente e prepará-lo por completo para os desafios.
Da
mesma maneira, a educação socioemocional pode auxiliar no desenvolvimento das
soft skills, habilidades comportamentais relacionadas à maneira como uma pessoa
se relaciona com a outra e como lida com suas próprias emoções, ao mesmo tempo.
Tanto é que, hoje em dia, as soft skills são muito mais valorizadas no ambiente
de trabalho em comparação às hard skills, consideradas as aptidões técnicas de
um profissional.
Como
desenvolver a inteligência emocional durante a formação escolar?
O
período escolar é a fase em que os estudantes absorvem a maior parte do
conhecimento e experiência que irão levar para a vida pessoal e profissional.
Portanto, investir nesta etapa pode ser decisivo no presente e futuro. As
habilidades mais complexas podem ser aprimoradas nesse período e de forma
colaborativa, tais como, argumentar e criticar com embasamento, e pesquisar de
modo aprofundado e criterioso.
Este
processo deve ocorrer de forma prática, mas sistematizada e como
intencionalidade, para trazer resultados eficazes à aprendizagem do indivíduo,
que por sua vez, é o centro de todo este processo. Ou seja, no desenvolvimento
socioemocional, as aprendizagens são avaliadas por meio de evidências e não
pela quantidade de erros e acertos em uma prova ou teste. Sendo assim, uma escola que
conduz ações para a formação do estudante investindo em suas habilidades, competências
cognitivas e socioemocionais, desenvolve, consequentemente, a inteligência
emocional daquele estudante. Tais competências podem ser trabalhadas a
partir das atividades propostas no cotidiano, com olhar e intencionalidade
formativos, e podem ser avaliadas por rubricas.
O
impacto da pandemia na saúde emocional dos alunos
Em
1º de janeiro deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a
Síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, entre as doenças
ocupacionais da Classificação Internacional de Doenças (CID). Nesse sentido, as
mudanças trazidas pela pandemia de Covid-19, como o isolamento social e
subsequente trabalho remoto, aumentaram a carga de trabalho de diversos
profissionais.
Este
contexto apenas reforça a importância da inteligência emocional para lidar com
momentos de pressão e carga de trabalho multiplicada. Desta forma, para
prevenir este diagnóstico no futuro, as instituições de ensino devem cada vez
mais se atentar às individualidades de cada aluno para entender o que ele
precisa no momento, além de realizar iniciativas de acolhimento, como rodas de
conversa, assembleias e grupos focais para fortalecer o cuidado individual e
coletivo. No mesmo sentido, incentivar a autoconsciência, resiliência e o
cuidado consigo mesmo também são objetos de conhecimento que possibilitam o
desenvolvimento de estratégias de proteção ou de enfrentamento a situações
novas ou desafiadoras.
Assim, uma instituição que se preocupa com a formação integral de
seus alunos e prioriza o desenvolvimento da inteligência emocional para
prepará-los para o atual e exigente mercado de trabalho deve considerar seis pontos importantes em sua
metodologia de aprendizagem: autogestão, relacionamento interpessoal,
autoconsciência, abertura ao novo, projeto de vida e consciência social. Ao
desenvolver cada um desses aspectos durante todo o processo de formação
educacional de um indivíduo, certamente, garantirá no futuro um profissional
capacitado não apenas técnica, mas também emocionalmente, capaz de perceber
e responder às exigências atuais com sensibilidade e prontidão para fazer a
diferença no mundo.
Camila Rossi - Coordenadora Pedagógica da rede de colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional disruptiva e alinhada às principais tendências do mercado de educação.
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