Reflexo da crise econômica e pandêmica, os principais motivos são quitação de dívidas e negócio próprio
Diante de um cenário pandêmico, muito se discute sobre o endividamento das famílias brasileiras. De acordo com a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 76,1% das famílias relataram estar endividadas neste começo de ano. A crise econômica freou o planejamento financeiro do brasileiro e o fez rever seus gastos e prioridades de consumo.
As dívidas feitas no período do final de ano se fazem presentes nas faturas do primeiro trimestre de 2022. Somado a isso, os boletos do IPTU, IPVA, material escolar e as necessidades básicas de casa. Uma parcela da população sempre teve um déficit de educação financeira e isso reflete no crescimento da taxa de pessoas endividadas. E o que fazer quando a conta aperta?
Segundo a edição de janeiro do Índice FinanZero de Empréstimos (IFE), relatório mensal produzido pela fintech de empréstimos online, somente no primeiro mês deste ano, as solicitações de empréstimos tiveram um aumento de 40% em comparação a dezembro de 2021, subindo de 124 para 174 pontos (base janeiro/2021=100), e um crescimento de 74% quando comparado ao mesmo período do ano passado.
“Nós temos quatro principais motivos para esses pedidos:
pagamento de dívidas, negócio próprio, renovação de casa e investimento. O
aumento da inflação e o consumo fazem com que as pessoas recorram ao empréstimo
e possam colocar em dia suas contas. Diante da crise econômica, o país ficou sem
alternativas de restabelecer o mercado”, pontua Cadu Guidi, sócio-diretor de
marketing da FinanZero.
Quitação de dívidas e negócio próprio estão entre os principais motivos dos pedidos de créditos
Com base no levantamento, um dado chama atenção: as razões de empréstimo para pagamento de dívidas ficou em primeiro lugar, com 32,16%, enquanto a abertura de negócio próprio apareceu em seguida e chegou a 15,71%. Neste último, os números estão atrelados também ao crescimento de MEIs cadastrados no Brasil. Só em 2022, de acordo com a Receita Federal, houve um crescimento de quase 2 milhões de microempreendedores individuais. Somado a isso, está o crescimento do empreendedorismo por necessidade, em que os brasileiros viram na abertura do negócio próprio uma alternativa para saírem do endividamento.
Este, diferente do empreendedorismo por oportunidade, faz com que os trabalhadores decidam empreender quando não possuem ou precisam complementar a renda, e abrem um negócio com o intuito de obter rendimentos para sobrevivência, subsistência e quitação de dívidas. Mas, para isso, é preciso ter a renda inicial para empreender, o que reflete no aumento dos pedidos de empréstimos.
Comportamento digital: pesquisas por termos relacionados a empréstimo pessoal no Google cresceram.
As pesquisas do Google também revelam esse crescimento. Segundo o índice, que avaliou 4,87 milhões de consultas no buscador, em janeiro de 2022, aponta que as pesquisas sobre “simulação de empréstimo” cresceram 450% em comparação com o mês anterior. O dado reafirma a necessidade do brasileiro em encontrar a melhor alternativa para quitar as dívidas.
Além disso, a procura por empréstimo teve um crescimento
de 8,2% no mês passado em relação a janeiro de 2021 e cresceu 29,5%, quando
comparado com o mês de dezembro do ano passado.
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