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Nariz escorrendo, olhos lacrimejando, obstruções nasais que dificultam respiração e sono e redução do olfato, capaz de interferir no paladar e na alimentação das crianças. Esses são alguns dos sintomas comuns das rinites e sinusites, doenças respiratórias capazes de tirar a paz dos pequenos e o sono dos pais.
Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), 25% da população mundial sofre de doenças
respiratórias. Para chamar a atenção para essas patologias, a Dra. Renata
Christofe Garrafa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, respondeu
algumas questões que podem ajudar a desvendar mitos e verdades sobre rinites e
sinusites, especialmente em crianças.
1 - Rinites e sinusites são
a mesma coisa?
Mito. Rinites são
caracterizadas por inflamação da mucosa do nariz, ao passo que as sinusites
decorrem da inflamação da mucosa dos seios da face. Na maioria dos casos, temos
acometimento dos seios da face e do nariz, que seriam as rinossinusites.
2 - É possível distinguir em
casa as alergias respiratórias? Como podemos diferenciá-las de resfriados
comuns?
Verdade. Ainda que bem semelhantes,
as rinites alérgicas e os resfriados comuns possuem algumas diferenças. Ambos
apresentam congestão nasal, secreção nasal clara e espirros. Porém, as causas
alérgicas podem ser acompanhadas de sintomas como coceira no nariz, garganta e
olhos. Já os resfriados comuns apresentam, com frequência, febre, indisposição,
dor muscular e falta de apetite. Quando não for possível diferenciá-las, é
importante consultar um médico.
3 – As rinites e sinusites
só atacam durante o tempo seco?
Mito. O tempo seco pode ser
um agravante para pessoas que sofrem de rinite, mas não é condição essencial
para sua manifestação. Quando as rinites e as rinossinusites são de etiologia
infecciosa (virais e bacterianas), por exemplo, elas dependem da exposição ao
agente causador e não ao clima. Além disso, as rinites também podem decorrer de
alergia a fatores ambientais, como ácaros, fungos, pólens e pelos de animais,
entre outros. Nessas situações, sempre que o indivíduo tiver contato com o
alérgeno, manifestará uma crise de rinite. Existem, ainda, fatores anatômicos
que predispõem as crises de rinossinusites, como hipertrofia de adenoide,
desvios de septo, presença de pólipos nasais e alterações dentárias.
4 - Umidificadores de ambientes e inalações caseiras podem ajudar a
controlar essas alergias?
Verdade e mito. Os
umidificadores são aliados nos casos de tempo seco, porém podem se tornar
vilões caso elevem a umidade do ambiente a ponto de favorecer a proliferação de
fungos. Já as inalações promovem conforto para os sintomas, mas a lavagem nasal
com soro fisiológico é superior no controle dos quadros da via aérea
alta.
5 - Existe predisposição
genética para alergias?
Verdade. A alergia é uma
doença que possui diversos mecanismos causais e, entre eles, existe a predisposição
genética. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), uma
criança com pais alérgicos tem de 50% a 70% mais chances de desenvolver uma
doença respiratória, inclusive rinite alérgica. No Brasil, um estudo do International
Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) mostrou frequência média
de 12,5% de rinite entre crianças de 6 e 7 anos e de cerca de 20% em
adolescentes com idades de 13 a 14 anos. A incidência progride até a
adolescência, fase da vida em que pode afetar até 25% da população.
6 - Puxando para o tema
Covid-19, o uso de máscaras é prejudicial às crianças que sofrem das
"ites"?
Mito. As máscaras não têm
capacidade de piorar a rinite. O que acontece é que crianças em crise de
rinite podem ter dificuldades para usar a máscara. Por isso, a doença deve ser
acompanhada por um especialista, para que seja tratada ou ao menos controlada.
7 - Mesmo em crianças
pequenas, quando o diagnóstico pode ser feito precocemente, rinites e sinusites
não têm cura? Apenas com tratamento é possível controlá-las?
Mito e verdade. Depende da
etiologia da doença. Existem diferentes tipos e causas de rinites e
rinossinusites. Quando provém de causas infecciosas e anatômicas, por exemplo,
existem tratamentos medicamentosos e cirúrgicos capazes de curá-la. Entretanto,
existem subgrupos crônicos onde não conseguimos eliminar a doença de vez, mas
podemos diminuir seus sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. São
exemplos destas situações as rinites alérgicas e as rinossinusites crônicas com
polipose nasal.
8 - Receitas caseiras, como
chás, infusões e uso de óleos essenciais, podem curar rinites e sinusites?
Mito. Apenas após avaliação
médica, onde se é identificada a causa das rinites e rinossinusites, é que um
tratamento adequado pode ser proposto.
9 - A rinite pode evoluir
para sinusite?
Verdade. As rinites,
quando exacerbadas, podem evoluir para rinossinusites. Nessas ocasiões, existem
tratamentos medicamentosos capazes de auxiliar na resolução do problema.
10 - Usar descongestionantes
nasais pode ajudar a recuperar o olfato das crianças que sofrem com os “ites”?
Mito. Descongestionantes nasais melhoram a recuperação do
olfato de forma parcial. O uso indiscriminado destes medicamentos, por um
período superior a 7 ou 10 dias, pode provocar lesões na mucosa, gerando
dependência e riscos cardiovasculares, como taquicardia e angina.
Hospital Paulista de
Otorrinolaringologia
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